Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone Sacrifício

Que pensamentos nos sugerem a palavra sacrifício?

Possivelmente, para alguns, remeta a privações. Para outros, possa lembrar sofrimento, dor.

Talvez a relacionemos a dificuldades econômicas, a carências materiais.

Porém, a origem da palavra longe está desses significados.

Sacrifício vem da junção de duas palavras do latim: sacer e ficium.

A primeira significa sagrado, enquanto que ficium vem do verbo facere, significando fazer.

Remete a antigas celebrações ritualísticas da cultura indo-europeia, significando o ato de passar da esfera do profano para a esfera do sagrado.

Em síntese, sacrifício é o ato de fazer, de manifestar o sagrado.

Nesse sentido, cada um de nós escolhe o que é importante, o que é relevante para tornar sagrado.

Quando, como pais, sacrificamos uma noite de descanso para velar o sono do filho febril, tornamos sagrada essa noite.

Quando deixamos de comparecer a um compromisso social para fazer companhia a um parente ou amigo em dificuldade emocional, fazemos disso momento sagrado.

Quando adiamos a viagem porque um afeto está hospitalizado, e queremos estar próximo a ele, fazemos desse ato algo sagrado.

Dessa forma, o sacrifício não está naquilo que deixamos de fazer, mas naquilo que achamos importante fazer, e priorizamos sobre outras tantas coisas.

Sacrificar não é o ato de deixar de fazer algo, pura e simplesmente.

É escolher e privilegiar aquilo que é significativo, profundamente respeitável, venerável, santo. Tornando-o, portanto, sagrado.

De igual forma acontece com nossos sentimentos.

Se entendemos dever deixar de sermos maledicentes, de propor comentários duvidosos sobre alguém, estaremos tornando importante um comportamento moral diferente, porque o qualificamos como mais nobre.

Quando temos o hábito de julgar as pessoas, sem mesmo nos inteirar da correção dos fatos, e nos dispomos a alterar esse comportamento, afirmamos que desejamos abandonar a crítica e julgamentos apressados.

Em outras palavras, tornamos sagrada a benevolência, em detrimento do habitual comportamento anterior.

Naturalmente, isso nos exige um certo esforço.

Deixar de lado antigos hábitos para implementarmos novas e sadias ações, requer disciplina, vigilância, constância e vontade firme.

Insistindo nesse exercício, porque almejamos conquistar outros valores, estabelecemos sacrifícios, ou seja, fazemos sagradas as novas atitudes.

Selecionar o que seja nobre, relevante para nossas vidas é um dever, dentro da Lei de progresso. Elegê-lo como prioridade, em detrimento a outras possibilidades, é o passo seguinte, o sacrifício.

Verificaremos que, algumas vezes, a diversão, o convívio social ou o passeio serão adiados.

Em muitos momentos, serão nossos hábitos, comportamentos que serão reprimidos, redirecionados.

Várias vezes, estaremos repensando nossos valores, reorientando-os sob outro pensar.

Lembremos que isso tudo só ocorre porque amadurecemos o suficiente para entender o que é realmente sagrado na vida, abrindo mão do que nos seja menos importante.

Em síntese, elegendo o que vale a pena eleger como sagrado.

            Redação do Momento Espírita
Em 20.5.2023.

 

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