Quem de nós já não passou pela desagradável experiência de adquirir um produto pela internet e ao recebê-lo, descobrir que não é o que deduzira pela descrição e imagem?
A nossa avaliação se baseia na descrição das características e na foto.
Porém, só poderemos avaliar efetiva e corretamente, quando o tivermos em mãos, possibilitando-nos uma análise detalhada.
Informações básicas e imagens postas em um site não nos garantem a realidade do produto.
Pensemos agora: se, para objetos que compramos, podemos incorrer em erro, a partir de uma análise superficial, o que acontece quando decidimos avaliar pessoas de rompante?
Frequentemente, procedemos assim. Julgamos por uma atitude ou um comportamento.
Encontramos pessoas em um evento, uma festa, ou na fila do supermercado e, rapidamente, nos pomos a julgar.
Julgamos pelo que estão consumindo, ou até por alguns itens que descobrimos no seu carrinho de compras.
Nas redes sociais, avançamos ainda mais nos julgamentos, não raro de maneira ácida e deletéria, aproveitando-nos do anonimato e distância que a tela nos possibilita.
Perguntamo-nos, contudo, quão verdadeiro e confiável pode ser nosso julgamento, com análise tão superficial?
Um rápido encontro, alguns momentos com alguém, nos dará condições de ver alguma coisa além da superfície?
A despeito disso, é bem comum tecermos comentários duros, avaliações pesadas e julgamentos injustos.
Imaginemos se alguém nos encontra em um dia difícil, daqueles onde os problemas no trabalho se acumulam, as preocupações no lar pesam, nos deixando em nosso limite emocional.
Concordamos que seria injusto alguém nos avaliar nessa situação, em meio a dificuldades sem conta e em desequilíbrio.
Contudo, quantas vezes agimos assim, sem pensar que o caixa do supermercado que não foi gentil, talvez esteja preocupado com o filho doente em casa.
Ou talvez esteja com acúmulo de horas de trabalho, quase exausto.
O motorista grosseiro, no trânsito, talvez esteja em momento financeiramente difícil, com a cabeça invadida pelas contas a saldar, pela manutenção do lar.
O colega de trabalho que nos tratou de maneira fria e distante, talvez atravesse complexas situações no relacionamento familiar, que lhe dificultam agir de maneira mais leve e simpática.
Também assim ocorre com todos nós.
Temos dias ou períodos da vida que são desafiadores, pesados.
Por isso, evitemos julgar os outros, por uma atitude, uma frase, um olhar mais duro.
Desconhecemos os dramas que enfrentam nosso próximo.
Talvez, se tivéssemos ideias das suas lutas diárias, nos envergonharíamos do que pensamos sobre ele.
Assim, esforcemo-nos para substituir nossos julgamentos pela compreensão.
Usemos da benevolência como nosso primeiro impulso.
Dias haverá em que, atribulados e aflitos, iremos agradecer quando alguém, ao invés de nos julgar, compreenda que somos apenas alguém enfrentando situações desafiadoras.
Alguém que precisa da compreensão do amigo, do colega, do irmão.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita
Em 6.5.2023.
Escute o áudio deste texto