Todos os dias somos surpreendidos por acontecimentos inesperados.
A tragédia desabando no seio da família, o baque financeiro surgindo do nada, a enfermidade que dilacera, prenunciando a morte de um ente querido.
Nem sempre estamos em vigilância e guarda, capazes de absorver esses impactos e os digerir com a serenidade devida.
Quase sempre se instalam o desequilíbrio e o pânico, como respostas espontâneas ao surgimento do inusitado que vai contra aquilo que esperamos.
Atrapalhados diante do incomum, sentimos o chão desaparecer abaixo dos pés. Como é natural, cada um de nós reage conforme sua estrutura emocional.
Uns se entregam à apatia, não encontrando ânimo para uma mínima providência.
Outros, buscam no álcool uma fuga do problema, tentando anestesiar o desafio posto à sua frente pela vida educadora.
Tem quem procure na fuga desastrosa pelo suicídio um jeito de não precisar lidar com a provação difícil.
Há ainda os que buscam a oração. São os que pedem amparo divino para atravessar os momentos tormentosos.
Inegável reconhecer que cada um mobilizará os recursos de que disponha mas, dentre tantas ferramentas, temos aquelas de reação negativa ou de efeito agravador.
Saibamos: O desespero é péssimo conselheiro.
A precipitação não costuma ser nada ajuizada.
A dor é sempre estação de difícil acesso, plataforma de que todos os passageiros desejam imediato desembarque.
Surgindo de surpresa, costuma desestruturar o ser que não aprendeu a conviver com ela.
E toda experiência de sofrimento pede serenidade no acolhimento, resignação na instalação e trabalho na erradicação de seu foco gerador de mal-estar.
Herdeiros de um pretérito difícil, estamos sempre sob reações de ações cometidas outrora.
Que o bom senso, no entanto, nos ajude a entender que nem sempre o infortúnio manda aviso prévio ou whatsApp de véspera, informando que está em rota de choque contra nossos interesses pessoais.
Orar sempre ajuda, pois a oração ilumina o ser em aturdimento diante do conflito instalado.
Porém, pede que após o momento sublime de comunhão com o alto, o ser tome a charrua e saia a campo para lavrar o terreno destroçado pelas intempéries, dele fazendo vaso fecundo de possibilidades renovadoras mais uma vez.
Em percebendo chegar teu tempo de poda e desfolhagem de fantasias: prudência e paciência.
Aciona tua antena psíquica, buscando a estação divina.
Silencia, por momentos, a algazarra e a inquietação que te assaltam o país interior, refazendo tua paz e te predispondo às primeiras providências para sanar o que aconteceu.
Um sorriso gentil ajuda a relaxar tensões.
Um gesto calmo asserena quem possa estar em erupção vulcânica das próprias reações.
Uma leitura otimista e refazente contribui para dilatar o entendimento acerca da melhor atitude a tomar.
A prece... Sempre a prece. Ela faculta serenidade na tomada das melhores decisões.
Lembra-te, por fim, que a expiação corrige. A prova, testa. A dor inibe o abuso. Não existe sofrimento sem causa certa, estacionada no tempo e no espaço.
Pensa nisso.
Redação do Momento Espírita, com base em mensagem mediúnica
do Espírito Marta, recepcionada por Marcel Mariano, em data
de 18 de novembro de 2022, em Salvador, Bahia.
Em 23.2.2023.
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