Momento Espírita
Curitiba, 25 de Novembro de 2024
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ícone Violência da fome

Qual a violência que você mais teme? Num mundo de tanta agressividade, é quase certo que a grande maioria de nós tema algum tipo de violência.

Alguns talvez temamos a possibilidade de um malfeitor entrar em nosso lar e violentar nossos amados, roubando-nos a paz.

Outros, quem sabe, temamos a violência dos campos de futebol, onde, jogos que deveriam ser amistosos e constituir lazer, por vezes, acabam em agressões entre torcedores de times rivais.

Por isso, nos abstemos de comparecer aos estádios, sobretudo em jogos decisivos de campeonatos locais ou estaduais, preservando-nos e aos familiares.

Alguns temos receio de enviar os filhos sozinhos à escola, providenciando-lhes um acompanhante ou ônibus especial, que os apanhe em casa e deixe na porta da instituição escolar.

Tememos os maus. Tememos o mal. Tememos a violência.

É de nos perguntarmos se estamos nos apercebendo, contudo, da violência que toma de assalto os nossos lares, todos os dias.

Já atentamos para o fato de que, enquanto as crianças parecem tranquilas à frente da televisão, inimigos sorrateiros adentram, ocupando o espaço para mensagens destrutivas?

É a propaganda da bebida alcoólica, da música sensual e imoral em seus versos. Mensagens também veiculadas, de forma ampla, em filmes e animações, no horário que deveria ser liberado para as crianças.

E que dizer da violência que observamos diariamente e nada fazemos a respeito? Falamos da violência da fome.

Fome que adoece gerações inteiras, promove raquitismo e deficiências intelectuais.

Quantas criaturas, entre elas crianças, matam a fome nas lixeiras, disputando com os animais a sua sobrevivência.

Enquanto isso, por vezes, existem alimentos estocados, que acabam se tornando imprestáveis ao consumo humano.

Seja por descaso, imperícia ou qualquer outro motivo, a questão é de egoísmo e descuido.

E, possivelmente, o mais grave e para o que contribuímos, diariamente, são as centenas de quilos de alimentos desperdiçados.

Isso porque adquirimos além do que iremos consumir, no prazo de validade estabelecido. Compramos em demasia como se o produto fosse nos faltar.

Má administração de nossa parte. Também egoísmo porque poderíamos enviar a quem precisa, antes do produto deixar de ser viável para o consumo.

Podemos falar também do desperdício quando enchemos nossos pratos muito mais do que iremos comer. E o que sobra, vai para o lixo.

É chegada a hora de trabalharmos contra a violência da fome.

Lutar contra nosso egoísmo e atentar para pequenos detalhes.

Habituarmo-nos e aos nossos filhos de nos servirmos de pequenas porções. Se desejarmos, poderemos tornar a nos servir, sem desperdício.

Ao mesmo tempo, passemos a ofertar, dos nossos excessos, a quem nada tem.

E não pensemos que a fome se encontra somente em algumas regiões do Brasil ou nas zonas de guerras e guerrilhas em países próximos ou distantes.

Bem próximo de nós há quem necessite, e aguarda pela interferência do nosso coração fraterno.

Mais do que nunca, se faz necessário ter olhos de ver a necessidade alheia, ouvir o que clamam tantos famintos.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 3,
item II, do livro
Justiça e Amor, pelo Espírito Camilo,
 psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.
Em 18.2.2023.

 

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