Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone O aniversário do meu amigo

Hoje aniversaria um amigo querido. Conheci-o, há alguns anos e, logo, fomos criando raízes de afeto.

O interessante é que, certa feita, viajando com ele, em diálogo de improviso, constatamos que éramos da mesma cidade.

Como assim? Descobrimos que ele, alguns anos mais velho do que eu, conhecera meu irmão e tinham sido amigos. Ele chegara a frequentar a minha casa.

Como eu podia não lembrar, nem ele de mim? Bom, na época eu era um pirralho, que vivia a correr, subir em árvores e brincar na rua com garotos como eu.

No entanto, o fato dele ter sido amigo do querido irmão, mais a ele me afeiçoou. É como se, nos diálogos com ele, eu reencontrasse um pouco da essência do irmão que já realizara a grande viagem ao Além.

Eu o ouvia e ouvia e ficava imaginando o que teriam conversado, rapazes da mesma idade, naquela longínqua cidade do interior gaúcho.

Parecia vê-los, então, numa criação da memória, no porão de nossa casa, naquele recanto que meu irmão chamava de escritório.

Em verdade, seu refúgio. O lugar em que ele, radioamador, tinha seu aparelho, realizava seus contatos, conversava com o mundo.

Quantas vezes eu o terei visto sem lhe gravar a fisionomia?

Bom, o importante é que hoje é o aniversário desse amigo especial. Penso em como o poderei melhor cumprimentar.

Deverei mandar uma mensagem por whats? Enviar flores? Como melhor poderia lhe dizer do quanto é importante a sua amizade em minha vida?

Em verdade, ele anda um pouco esquecido. Lembra detalhes mínimos de pesquisas realizadas, de seu trabalho profissional, de concretizados e apaixonantes estudos da Doutrina que ambos abraçamos.

Porém, por vezes, não consegue lembrar o nome de alguns conhecidos. Fico pensando: E se eu for à casa dele, para abraçá-lo, pessoalmente, ele me reconhecerá?

Poderemos tornar a falar das tantas coisas tolas que fizemos juntos? Como naquela viagem a Paris em que ficamos, ele e eu, do lado de fora da loja em plena Champs Elisées?

Ficamos ali, esperando, enquanto a esposa dele e uma amiga visitavam a imensa loja. Rimos muito, na ocasião. Eu confessara que não entraria porque os artigos eram demasiado caros.

E ele, de forma sucinta, falou algo como: Nem imagino como ficará o saldo do cartão de crédito.

E será que ele lembrará de quando visitamos, demoradamente, o Instituto de História Natural, a Torre Eiffel, a casa de Leonardo da Vinci, em Amboise?

Quantas lembranças. Eu gostaria que, neste dia do seu aniversário, pudéssemos recordar de bons tempos usufruídos, das risadas, dos lanches saborosos, do café, do chimarrão.

E se ele não recordar de mim? Será mais doloroso para ele ou para mim?

Situação que nos leva a meditar como a vida é uma caixa de surpresas. Não sabemos o que o amanhã nos reserva.

Escrevi este texto em sua homenagem. Espero, sinceramente, que, ao ouvi-lo, ele sorria, lembrando do pirralho gaúcho, do adulto que viajou com ele e a esposa, das tantas situações em que estivemos juntos.

É o melhor presente que concebi para ele, neste dia.

Redação do Momento Espírita, em homenagem
 ao amigo e empresário Danilo Allegretti.
Em 13.2.2023.

 

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