Observando a imensa diversidade de capacidades que encontramos na Humanidade, nos perguntamos como, afinal, fomos criados.
Terá Deus outorgado alguns dons a uns e a outros não? Há privilégios na natureza, sendo uns melhores que outros?
Considerando a coerência da Justiça Divina, chegamos naturalmente à resposta: todos fomos criados iguais, isto é, simples no sentir, e ignorantes no intelecto.
Assim, tudo o que dispomos e que nos distancia dessa simplicidade e ignorância, é conquista individual, resultante do esforço e das escolhas efetuadas a partir do livre-arbítrio, o que determina para cada qual um nível diferente na escala evolutiva.
Nessa caminhada, grande parte dos Espíritos que habitamos a Terra, já conquistamos a capacidade de discernir o bem do mal, o certo do errado, conforme os parâmetros das leis divinas.
É por essa razão que a maioria de nós não pratica deliberadamente o mal, evita prejudicar ou agir de maneira violenta para com os demais.
Porém, mesmo com esse nível de consciência e com a vontade de acertar que já nos caracterizam, é comum nos descobrirmos cometendo erros.
Nós nos propomos ser indulgentes para com os erros alheios, e nos pegamos tecendo comentários críticos, dando asas à fofoca e à maledicência.
Comprometemo-nos a ser mais pacíficos, e nos flagramos irritados, insultando os outros no trânsito e nas lides cotidianas.
Propomo-nos a ser pacientes e compreensivos e, no primeiro atrito familiar, erguemos a voz e chegamos a agressões verbais.
Desejamos ouvir mais e falar menos e, no entanto, não conseguimos ouvir toda a fala do outro, que nos parece não ter fim e o interrompemos para apresentar nossa opinião.
Por que agimos assim? Por que essa dificuldade em nos corrigirmos, em superarmos a nós mesmos?
Essa mesma angústia afligia o Apóstolo Paulo, a tal ponto que declarou para a comunidade cristã de Roma: Porque não faço o bem que eu quero, mas o mal que não quero, esse faço.
Esses diferentes aspectos que percebemos em nós, são resquícios de hábitos e valores que um dia alimentamos em nossa intimidade.
Acontece que, diante dos longos milênios do nosso existir, faz pouco tempo que passamos a direcionar os nossos esforços para valores mais nobres.
Amadurecemos intelectualmente e a razão nos esclarece a respeito dos caminhos a percorrer.
Porém, ainda não conseguimos mudar nossos hábitos milenares.
Por isso, inúmeras vezes, nas lutas cotidianas, nos vemos fazendo o que não gostaríamos de fazer.
Nós nos envergonhamos de algumas atitudes, nos arrependemos de outras, gostaríamos de nunca ter feito tantas coisas...
É natural que assim ocorra. Estamos todos em processo de aprendizado.
Dessa forma, não permitamos que esses tropeços nos desanimem ante a luta de nos tornarmos seres humanos melhores.
Entendamos que errar, sem satisfazer-se com o erro, é processo de crescimento.
Logo mais, com o continuado esforço e a disciplina de bem agir, as dificuldades de hoje se dissiparão e novas conquistas se apresentarão em nossa jornada.
Redação do Momento Espírita
Em 11.10.2022.
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