Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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Originalmente, o significado da palavra veterano remete à pessoa que serviu por muitos anos como militar.

Daí usarmos a expressão veterano de guerra, indicando aqueles que estiveram nesses conflitos e, agora de regresso, mostram-se mais experienciados nos embates.

Utilizamos o mesmo termo no meio acadêmico, para distinguir aqueles com alguma vivência nas lides universitárias, dos calouros, recém-chegados.

Da sua origem ou nas derivações que ganhou, podemos entender como veterano a pessoa com maior experiência, indivíduo tarimbado numa área por exercê-la por longo tempo.

A palavra traz um certo respeito, consideração e mesmo admiração por tais veteranos, visto as conquistas adquiridas.

Da mesma forma, podemos analisar aqueles que são veteranos na vida.

Aqueles que caminharam longas jornadas nesta existência, a ponto de compreendê-la de uma maneira distinta.

Trazem no olhar uma certa profundidade.

No rosto, sulcos, esculpidos pelos embates sofridos, que designamos por rugas.

Tiveram decepções, é certo. Alguns, delas fizeram aprendizado. Outros, perante elas, se tornaram incrédulos, revoltados.

Sofreram perdas de grande monta, como é natural. Alguns na perda buscaram o caminho da readaptação e aprenderam a conviver com serenidade na companhia da ausência.

Outros, transformaram esse vazio em tristeza e profunda melancolia.

Alguns amealharam grandes quantias em dinheiro. Outros, preferiram colecionar memórias, encontros e doces lembranças.

Uns se permitiram amar, errar, tropeçar e recomeçar. Fizeram da sua jornada um aprendizado diário sobre si, sobre o mundo e sobre a natureza humana.

Outros preferiram, a fim de menos sofrer, preservar-se das experiências, das venturas. Jamais mergulharam no rio da existência. Apenas sentaram-se à sua beira, molhando os pés, cuidadosamente.

*   *   *

E nós, como procedemos?

Se a vida nos permitir, todos nós também seremos veteranos nesse caminhar da existência.

E que tipo de veterano queremos ser, ao nos depararmos com os menos experientes, com os calouros da vida terrena?

Lembremos que ninguém se faz veterano de um momento para outro. Nenhum processo de amadurecimento acontece de forma repentina.

O veterano que seremos está se construindo hoje, a partir das nossas escolhas.

Para ser veterano é necessário um esforço significativo, para que as decepções da vida não afoguem os ideais acalentados.

Para chegar no ocaso da existência, não é preciso ser amargo e incrédulo, com tudo e com todos.

Porém, é necessário compreender que as pessoas não são perfeitas. Por isso, podemos sofrer decepções e traições.

No entanto, essas experiências podem ser oportunidades para reflexões mais profundas e consequente amadurecimento.

Quando o corpo mostrar-se alquebrado, não precisamos nos tornar intransigentes e irritadiços.

Porém, faz-se fundamental estarmos abertos a novas experiências, aprendizados e mudança de pontos de vista.

Dessa forma, tenhamos em mente que os dias vindouros serão sempre a colheita do que hoje pensamos, agimos e escolhemos albergar no coração e na mente.

Redação do Momento Espírita.
Em 3.10.2022.

 

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