Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Silêncio precioso

Afirma a sabedoria popular que todo aquele que cala consente.

Porém, nem sempre essa é a verdade.

O silêncio pode significar muito mais do que simples concordância a algum comportamento ou afirmativa.

Muitas pessoas se calam porque o medo as toma de assalto. Temem atrair para si ou para os seus familiares ações de vingança ou retaliação.

E existem os silêncios que se fazem para evitar contendas inúteis, discussões áridas ou comprometer a harmonia de certos ambientes, que objetivam exatamente o bem, o consolo, a paz.

O silêncio representa sabedoria, em momentos em que todos gritam, e ninguém se entende. Aguarda-se o momento certo para falar.

Silêncios também se fazem quando as pessoas não desejam absolutamente ouvir, querendo simplesmente gerar discussões e fomentar desentendimentos.

Recordamos que Jesus, perante a autoridade que representava o imperador romano na Judeia, o procurador Pôncio Pilatos, respondeu a algumas questões, de forma direta e simples.

Mas, quando lhe foi indagado Que é a verdade, se manteve silente.

Exatamente porque aquela personalidade, naquele momento, não tinha a mente nem o coração abertos para receber o conceito correto.

Pilatos é praticamente obrigado ao julgamento de um homem, no qual ele não descobria culpa alguma. Julga porque deseja preservar seu cargo, sua posição.

Demonstra querer se libertar de uma situação incômoda, julgando de forma apressada e ao sabor da vontade popular, manifestada na praça.

Não está preocupado com a justiça.

Então, recordemos que há o momento preciso da manifestação lúcida. Também o do silêncio que, ainda segundo ditado popular, vale ouro.

É o silêncio que impede revelações que poderão ocasionar maior soma de dores, de problemas ou de desavenças.

Valioso é o silêncio que evita a discussão vazia, o debate infrutífero, em meio às explosões da insensatez.

A exortação de Jesus é para que ouçam os que têm ouvidos de ouvir. Isso nos dá a exata tônica de que existem momentos próprios para as explicações.

Quando as pessoas desejam ouvir.

E momentos outros em que o silêncio é a melhor atitude para evitar batalhas sem propósito.

Um mensageiro do bem, certa vez, afirmou que o verdadeiro cristão não tem tempo para se defender das acusações que lhe fazem, empenhado que se encontra no serviço do bem.

Eis aí mais um silêncio oportuno.

Enquanto acusadores se exaltam e procuram evidenciar mais e mais a sua maldade, encharcando redes sociais com calúnias, aquele que se encontra a serviço de Jesus, simplesmente prossegue na sua atividade.

Por fim, existem momentos em que precisamos nos calar para ouvir. Ouvir o outro, ouvir a voz da razão. Pensar para responder de forma adequada.

Momentos de falar. Momentos de calar.

O silêncio somente não é bom quando objetiva ferir o outro com a indiferença ou o desprezo.

Reflitamos a respeito. E pensemos em quantas almas são beneficiadas com cinco minutos de um programa radiofônico.

E quantas outras serão quando ouvindo e tornando a ouvir, se recolherão para meditar a respeito e, quiçá, modificar algumas disposições íntimas.

Redação do Momento Espírita.
Em 27.9.2022.

 

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