Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone Nossa casa, nossos filhos

Quando somos jovens, sonhamos com o futuro lar, que desejamos edificar, no qual se incluem o convívio apaixonado com o cônjuge, filhos educados e amados.

Pensamos em dias de intenso trabalho, também em outros muitos de férias, lazer, viagens e diversões compartilhadas.

Idealizamos um mar de rosas, céu azul, jardins floridos, pois nos acreditamos preparados para enfrentar e resolver quaisquer questões.

Saudável pensar assim, de forma positiva e até romântica. No entanto, necessário é que deixemos um espaço para circunstâncias imprevistas também.

Precisamos nos conscientizar de que a vida na Terra não se constitui apenas de flores e alegrias.

Vivenciamos momentos muito especiais, felizes, que Deus nos permite para recarregarmos nossas baterias.

No entanto, sendo a Terra planeta de provas e expiações, é necessário compreendermos que dificuldades nos alcançam.

São provas para conferir se aprendemos de fato as lições que a escola Terra tem a nos oferecer.

Também temos as expiações que são corrigendas, que se impõem, para alterarmos nossas faltas ou abusos, de tempos recuados ou mais recentes.

Ou, ainda, missões que vão desde a formação da família, educação dos filhos, a incumbências especiais para atuar, de forma positiva, na economia do mundo.

Naturalmente, aqueles que nos chegarão como filhos da carne ou do coração estarão incluídos em uma dessas três alternativas.

Não serão totalmente estranhos aos nossos corações. Uns trarão marcas de afinidade, dizendo-nos de tempos anteriores de simpatias, de afetos.

Outros, ainda não muito ligados às nossas almas. Espíritos individuais, cada qual nos chegará com sua identidade própria.

Manifestam sua individualidade, desde os meses da gestação, mostrando-se mais calmos uns, um tanto agitados outros.

À medida que vão crescendo, percebemos suas preferências tão diversas uns dos outros.

Isso nos recorda do poeta que escreveu que reconhecemos nossos filhos pelo modo como ocupam a casa:  uns buscam os recantos, outros existem à janela.

A uns satisfaz uma sombra, a outros nem o mundo basta.

Uns batem com a porta, outros hesitam como se não houvesse saída.

Como pais, nos vemos às voltas com essas riquezas que Deus nos envia, com o objetivo de tornar cada uma delas uma pedra preciosa, que honrará nosso título de responsáveis por um filho do Criador.

Isso tudo nos diz que podemos sim, ter uma casa especial, com uma família extraordinária.

Dependerá de nós, do nosso amor e dedicação.

Nosso coração terá oportunidades mil de se oferecer, sem cobranças, ao trabalho elegido.

Nossa mente terá chances redobradas de se aperfeiçoar, no aprendizado que nos fará mestres na tarefa abençoada.

E, ao final de tudo, somente teremos a agradecer ao Pai Criador pelo lar, pelo cônjuge, pelos filhos.

Pelos problemas e pelas dificuldades que mais nos uniram. Pelas dores superadas juntos, pelas vitórias alcançadas em uníssono.

Nossa casa. Nossos filhos. Nossa vida. Oportunidades de crescimento, de progresso, de construir felicidade.

Redação do Momento Espírita, com transcrição
de versos da poesia
A casa, do livro Tradutor
 de chuvas, de Mia Couto, ed. Caminho.
Em 17.9.2022.

 

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