Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone Não sejamos de vidro

O melindre costuma causar estragos nas relações humanas.

Por excesso de sensibilidade, amizades são rompidas e grupos se desfazem.

Existem pessoas que se ofendem com muita facilidade.

Identificam intenções ofensivas nas coisas mais corriqueiras.

Uma simples brincadeira ou uma palavra mal escolhida podem fazê-las se sentirem gravemente ofendidas.

Criaturas assim ficam sempre atentas aos atos e dizeres dos outros.

Se encontram qualquer coisa, remotamente parecida com uma crítica, se melindram.

Esse modo específico de sentir revela uma grande vaidade.

Essas pessoas se imaginam o centro das atenções aonde quer que se encontrem.

Justamente por isso, acreditam que tudo o que é feito ou dito à sua volta se refere a elas.

Porém, a realidade é que investimos muito pouco tempo nos preocupando com os demais.

Cada um de nós tem sua vida e seus problemas.

Portanto, a não ser que a pessoa seja uma sumidade em determinada área, um artista, desportista, ou figura social de destaque, provavelmente, os que a rodeiam não se preocupam, particularmente, com seus atos.

Fora do nosso grupo familiar, raramente alguém se detém a esmiuçar nosso proceder.

E quando o faz, é por breve tempo.

Então, não nos imaginemos o centro do mundo.

Os outros não falam ou agem com o firme propósito de nos agredir, de nos ofender.

Eles nem pensam muito em nós.

Não sejamos de vidro no trato com os semelhantes.

Não vejamos ofensas onde elas não existem.

Preocupemo-nos, sim, com a essência das coisas.

O corre-corre do mundo moderno nem sempre permite que tudo seja dito ou feito com a suavidade desejável.

Certamente, nós também, inúmeras vezes, proferimos palavras sem desejar que firam a quem quer que seja. Mas acontece.

Muitos de nossos atos e palavras podem ser mal interpretados.

Ocorre que quem procura razão para se sentir ofendido certamente encontrará.

Trata-se, principalmente, de um estado de espírito.

Conscientizemo-nos dessa realidade.

Não nos imaginemos mais importantes do que somos.

Vivamos com leveza.

Se alguém criticar algo que tenhamos feito, não nos ofendamos.

Não tornemos tudo pessoal.

A crítica nem sempre é destrutiva.

Aceitemos que, às vezes, erramos. As observações dos amigos podem nos auxiliar a sermos melhores.

Procuremos tolerar sem melindre, mesmo alguma observação maliciosa a nosso respeito.

Em um ambiente descontraído, com frequência, alguém é motivo de piadas.

Trata-se de uma dinâmica especial de certos locais.

E a intenção raramente é ofender.

Tanto é assim que se altera constantemente o alvo da troça. É necessário que os participantes de um grupo ou meio social tenham certa liberdade uns com os outros.

Evidentemente, sem ultrapassar limites.

Sem uma certa dose de sinceridade e espontaneidade, resta somente a formalidade e a hipocrisia.

Em um clima hipócrita, nada de real se cria e ninguém se sente seguro e à vontade.

Assim, sejamos leves em nosso viver.

Não nos ofendamos a todo instante, por tudo e por nada.

Isso apenas nos isolará dos demais, sem qualquer resultado útil.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita
Em 15.9.2022.

 

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