Aprendemos que empatia é o processo no qual nos colocamos no lugar do outro, procurando sentir o que ele está sentindo.
No entanto, como não podemos sentir exatamente o que sente o outro, podemos nos identificar com o que essa pessoa está vivenciando.
Esse processo tem a ver com nossa vontade de querer ou não criarmos empatia.
Quando vemos uma pessoa experimentando momentos de dificuldade, temos a escolha de nos deixar afetar pela situação e procurar ajudá-la.
Ou podemos escolher não nos aproximar, ignorar a pessoa, o seu drama. E irmos embora.
Quando escolhemos nos identificar com o outro, buscamos nos aproximar emocionalmente e oferecer apoio.
A ajuda que podemos oferecer vai depender da situação, da pessoa e das nossas possibilidades.
Não existe uma regra que determine o comportamento ou a ação. O que se cria com a empatia são pontes.
E para que essas pontes se estruturem, um elemento é essencial: saber ouvir o que o outro tem a nos dizer.
Escutar é uma maneira de se aproximar e de estabelecer um vínculo.
Jesus, sempre Modelo e Guia, vivenciou a empatia, em diversas situações, conforme relatos dos Evangelistas.
O Evangelista João narra o episódio, em que o Mestre, depois de dois dias de viagem, chega à casa de Marta e Maria, após a morte do irmão Lázaro.
Tendo, pois, Maria chegado aonde Jesus estava, e vendo-o, lançou-se aos seus pés, dizendo-lhe: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.
Jesus pois, quando a viu chorar, e também chorando os judeus que com ela vinham, perturbou-se.
E disse: onde o pusestes? Disseram-lhe: Senhor, vem, e vê. Jesus chorou.
O choro de Jesus não se deu porque Ele não acreditava na vida após a morte. Muito falara Ele sobre o Reino de Deus e a vida além do cenário físico.
Podemos pensar que as lágrimas de Jesus expressaram a identificação dEle com o sofrimento que Marta e Maria vivenciavam naquele momento de luto.
Ele ouviu as palavras de dor e conectou-se emocionalmente com Suas amigas do coração.
Senhor dos Espíritos, Ele, que afirmara que a doença de Lázaro não era para a morte mas para a glória de Deus, chama-o de retorno ao palco terrestre.
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Ter empatia é criar pontes.
É ouvir com atenção. É buscar compreender a situação que o outro está vivenciando.
É procurar colocar-se no lugar de quem padece, de quem se lamenta, de quem reclama da dor, da vida, da dificuldade.
Se tivermos ouvidos de ouvir, coração para sentir, haveremos de entender o porquê de muitas lágrimas, de muito desespero que vige no mundo.
Talvez nunca tenha necessitado o mundo, como um todo, de tanta empatia para que a solidariedade, a fraternidade se exteriorizem, de forma ampla.
A pandemia enlutou famílias. Enchentes e deslizamentos destruíram patrimônios pequenos ou maiores, como num passe de mágica.
Amigos falam de enfermidades ousadas que lhes invadem as vidas.
Aflições se multiplicam.
Em toda parte clama a dor, a saudade. É hora de exercitarmos a empatia para estender pontes entre nós e o outro.
Redação do Momento Espírita, com base no
Evangelho de João, cap. 11, vers. 32 a 36.
Em 12.9.2022.
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