Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone A escolha pela empatia

Aprendemos que empatia é o processo no qual nos colocamos no lugar do outro, procurando sentir o que ele está sentindo.

No entanto, como não podemos sentir exatamente o que sente o outro, podemos nos identificar com o que essa pessoa está vivenciando.

Esse processo tem a ver com nossa vontade de querer ou não criarmos empatia.

Quando vemos uma pessoa experimentando momentos de dificuldade, temos a escolha de nos deixar afetar pela situação e procurar ajudá-la.

Ou podemos escolher não nos aproximar, ignorar a pessoa, o seu drama. E irmos embora.

Quando escolhemos nos identificar com o outro, buscamos nos aproximar emocionalmente e oferecer apoio.

A ajuda que podemos oferecer vai depender da situação, da pessoa e das nossas possibilidades.

Não existe uma regra que determine o comportamento ou a ação. O que se cria com a empatia são pontes.

E para que essas pontes se estruturem, um elemento é essencial: saber ouvir o que o outro tem a nos dizer.

Escutar é uma maneira de se aproximar e de estabelecer um vínculo.

Jesus, sempre Modelo e Guia, vivenciou a empatia, em diversas situações, conforme relatos dos Evangelistas.

O Evangelista João narra o episódio, em que o Mestre, depois de dois dias de viagem, chega à casa de Marta e Maria, após a morte do irmão Lázaro.

Tendo, pois, Maria chegado aonde Jesus estava, e vendo-o, lançou-se aos seus pés, dizendo-lhe: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.

Jesus pois, quando a viu chorar, e também chorando os judeus que com ela vinham, perturbou-se.

E disse: onde o pusestes? Disseram-lhe: Senhor, vem, e vê. Jesus chorou.

O choro de Jesus não se deu porque Ele não acreditava na vida após a morte. Muito falara Ele sobre o Reino de Deus e a vida além do cenário físico.

Podemos pensar que as lágrimas de Jesus expressaram a identificação dEle com o sofrimento que Marta e Maria vivenciavam naquele momento de luto.

Ele ouviu as palavras de dor e conectou-se emocionalmente com Suas amigas do coração.

Senhor dos Espíritos, Ele, que afirmara que a doença de Lázaro não era para a morte mas para a glória de Deus, chama-o de retorno ao palco terrestre.

*   *   *

Ter empatia é criar pontes.

É ouvir com atenção. É buscar compreender a situação que o outro está vivenciando.

É procurar colocar-se no lugar de quem padece, de quem se lamenta, de quem reclama da dor, da vida, da dificuldade.

Se tivermos ouvidos de ouvir, coração para sentir, haveremos de entender o porquê de muitas lágrimas, de muito desespero que vige no mundo.

Talvez nunca tenha necessitado o mundo, como um todo, de tanta empatia para que a solidariedade, a fraternidade se exteriorizem, de forma ampla.

A pandemia enlutou famílias. Enchentes e deslizamentos destruíram patrimônios pequenos ou maiores, como num passe de mágica.

Amigos falam de enfermidades ousadas que lhes invadem as vidas.

Aflições se multiplicam.

Em toda parte clama a dor, a saudade. É hora de exercitarmos a empatia para estender pontes entre nós e o outro.

Redação do Momento Espírita, com base no
 
Evangelho de João, cap. 11, vers. 32 a 36.
Em 12.9.2022.

 

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