A Humanidade vive uma época de esplendor intelectual.
A razão ilumina os mais variados setores da vida social.
A informática acelera e democratiza o fluxo das informações.
A medicina torna mais efetivo e humano o tratamento das mais diversas enfermidades.
Contudo, estranhamente, não se tem paz.
Países permanecem guerreando.
Inovações tecnológicas são utilizadas para disseminar vírus, pornografia e intolerância.
O desemprego aumenta.
Pobres morrem à míngua.
Crianças são prostituídas e exploradas.
Políticos mentem, furtam e fraudam.
Autoridades são coniventes com a criminalidade.
Empresários sonegam tributos e lesam seus concorrentes e auxiliares.
Empregados simulam doenças para não trabalhar e lesam, dessa forma, aos seus patrões.
As facilidades da vida moderna são inacessíveis a um enorme contingente de pessoas.
É de nos perguntarmos qual a causa para esse estado de coisas.
E a resposta é que a Humanidade atual é rica de intelectualidade, mas muito carente de moralidade.
O progresso intelectual é precioso e pleno de possibilidades.
Mas ele é apenas uma primeira fase do avanço geral da raça humana.
O intelectualismo é impotente para promover a regeneração da Humanidade.
Quanto mais inteligente é um homem, mais mal ele pode fazer, se não for moralizado.
O crime organizado é um exemplo disso.
Esse tipo de organização dissemina violência, corrupção e desagrega o tecido social.
Certamente seus dirigentes são inteligentes, mas utilizam muito mal o próprio potencial.
O intelecto apartado da ética produz armas tecnológicas, bombas sofisticadas, desgraças incontáveis.
Para que o progresso humano se consolide, importa combater o egoísmo.
Esse vício é que faz a criatura pensar unicamente em seus interesses.
O egoísta não se preocupa com a dor que espalha, mas apenas em levar vantagem.
Tudo está bem se suas paixões são satisfeitas.
A miséria que o rodeia não lhe diz respeito.
Ocorre que as consequências da desagregação social atingem a todos, mais cedo ou mais tarde.
Ela produz ódio, violência, insegurança.
É muito triste desconfiar permanentemente da intenção dos outros.
Seria maravilhoso viver em um mundo composto por pessoas honestas, justas e bondosas.
Está nas mãos de cada um adotar medidas para que a situação atual seja alterada.
Qualquer transformação social sempre começa no indivíduo.
Importa, pois, combater o próprio egoísmo.
Lutar contra a vaidade, que se funda na importância demasiada dada à própria personalidade.
Aprender a ser feliz com o sucesso alheio, sem despeito.
Esforçar-se em pensar no bem-estar do próximo.
Sentir-se responsável pelo país e pelo planeta em que se vive.
Dar exemplos de ação desinteressada.
Não calcular as perdas e ganhos de cada ação.
Aprender a servir ao próximo, pelo prazer de causar alegria.
Incutir noções de solidariedade nas crianças.
O progresso moral é mais difícil de se trabalhar do que o intelectual.
Mas apenas a disseminação de uma nova moral, fundada na solidariedade, pode produzir a paz social.
Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita.
Em 9.9.2022.
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