Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Mimos de Deus

Já nos demos conta de como, em grande parte do dia, ou até na maioria deles, andamos com a máscara da preocupação afivelada na face?

Quem nos veja, diariamente, talvez até pense que somos infelizes.

Infelizes porque precisamos trabalhar muito, porque temos muitas contas a pagar, porque os filhos estão pedindo mais do que possamos dar, porque não nos sentimos realizados profissionalmente, porque não fomos aprovados no concurso para o qual estudamos tanto.

Infelizes porque o namoro não deu certo, porque o Natal se aproxima, estamos de mal com a família e não sabemos como ou onde passaremos esses dias em que o mundo inteiro festeja, sorri, brinca, troca presentes.

Somos, em verdade, muitos os que trazemos nos ombros o peso do mundo e vamos nos dobrando para o solo.

No entanto, deveríamos nos exercitar, na Academia de Deus, levantando o nosso rosto.

Se fizéssemos isso, poderíamos perceber as roseiras florindo no jardim do nosso vizinho, umas avezitas recém-saídas do ninho, ensaiando seus primeiros voos, entre os arbustos.

Poderíamos perceber que o sol brilha e sentir a carícia do calor em nossa face. Simplesmente, sentir.

Oferecer mimos, sem data estabelecida, sem olhar para o calendário é próprio de quem ama. E ninguém nos ama mais do que Deus, nosso Pai.

Um Pai tão amoroso que, na selva de pedra, faz brotar no minúsculo orifício do muro envelhecido uma pequenina flor. Sozinha, mas tão viçosa.

Para todos os que passam ela se enche de cor e se exibe.

No gramado da praça, as pétalas caídas dos ipês criam aquarelas de beleza.

Quando passeamos pela alameda de árvores frondosas, um vento brando sacode a ramaria e despeja pequenas folhas à nossa passagem.

Somos uma pessoa tão importante assim, que nos é providenciada uma chuva de confetes naturais para nos saudar?

Sim, somos muito especiais. Filhos do Dono do Universo. Filhos gerados na Luz e abençoados todos os dias com o dom da vida, com o acariciar do vento, a balbúrdia da tormenta, a composição artística das nuvens, o imenso céu azul e uma noite de estrelas.

Tudo isso está aí, ao nosso redor. Somente continuamos entristecidos porque não alongamos o olhar, não levantamos a face, não nos permitimos ver a beleza que nos rodeia.

Sim, estamos num mundo onde, conforme asseverou Jesus, teremos aflições.

Contudo, não somente aflições. Para arrefecer a canícula, Deus providencia a brisa ligeira.

Para amainar as dores da nossa alma, Ele nos oferece muitos mimos.

Exatamente como quem ama, o faz, a qualquer hora que o coração determine.

São tantos mimos e tão constantes, que nos esquecemos de sermos gratos, nos esquecemos de que Ele existe e nos ama.

Quando pensarmos nisso, quando começarmos a usufruir de tantos agrados, todos os dias, sentiremos que nossas dores ficarão menos intensas, nossas cargas menos pesadas.

Aproveitemos os mimos de Deus, agora mesmo, agradecendo o dom da audição, que nos permite ouvir esta mensagem.

O dom da visão que nos permite enxergar as maravilhas dos céus e da Terra.

O dom da vida. Mimos de Deus. Sejamos gratos.

Redação do Momento Espírita
Em 28.6.2022.

 

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