Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone A águia que não voava

Existiu um rei que foi presenteado com duas lindas águias.

Com o passar dos dias, o monarca notou que uma delas voava bem alto no céu, enquanto a outra ficava sempre pousada sobre o galho de uma árvore gigante. Sempre o mesmo galho.

Preocupado, pediu para que alguém no palácio encontrasse um especialista que ensinasse aquela águia a voar.

Surpreso, no outro dia, quando chegou na sacada, o rei viu as duas águias em deslumbrantes voos.

Feliz em ver a cena, procurou o especialista e perguntou: O que você fez para ensiná-la a voar tão bem assim?

Com simplicidade, o servidor respondeu:

A sua águia estava apegada ao galho. Assim, tudo que eu fiz foi cortar o galho da árvore.

*   *   *

Muitas vezes, a vida irá cortar o nosso galho e nos obrigar a voar.

Acomodamo-nos a situações, a cenários que, na maioria das vezes, não nos deixam crescer, ou não nos permitem ser quem realmente somos.

Os primeiros momentos são de choque, medo, insegurança. Não sabemos o que fazer. Bate o desespero.

No entanto, estamos apenas sendo forçados a aprender, a crescer, a encontrar a nossa essência de ser que voa, assim como a águia.

Por isso, qualquer que seja a situação em que nos encontremos, agora, confiemos que isso só está acontecendo para que aprendamos a voar.

Para nos ensinar a amadurecer e nos tornarmos a pessoa que nascemos para ser, com todo nosso potencial.

Haverá situações que nós mesmos teremos que serrar esse galho. Trabalho difícil, doloroso, mas extremamente necessário.

Teremos que mudar, rever, renascer.

Mudar de postura. Mudar os hábitos. Mudar a forma de encarar questões que nos incomodam.

Por vezes, o galho a ser cortado será a dependência excessiva dos outros, as relações tóxicas, o tempo a mais do filho na casa dos pais, o emprego que não nos satisfaz a alma.

São tantos os galhos...

A Lei universal do progresso nos convida, em cada encarnação, a novos voos, a novas experiências.

Apego a pessoas, a coisas, a situações são galhos que nos impedem de alçar voos mais altos.

Quando as pessoas passam por situações desesperadoras, das quais não têm controle algum, as ouvimos dizer que gostariam de voltar para a barriga da mãe. Tudo era tão mais simples, mais fácil.

Olha aí o galho. Galho que foi cortado depois de nove, oito meses, ou até antes. Deixamos o conforto do útero materno para chegar ao mundo mais uma vez.

Choramos. Gritamos ao sair.

Frio, luminosidade excessiva, desconforto físico, pessoas estranhas nos levando daqui para lá e de lá para cá.

Exames que nos cutucam e analisam de todas as formas possíveis. Aquele pranto, simbólico, representa, de certa forma, a saudade do galho.

Lembremos que cada renascimento na Terra é um convite ao voo.

Aceitemos nossa essência de seres alados.

Aprendamos tudo que os ares do planeta têm a nos ensinar.

Somos águias que podem ganhar alturas inimagináveis.

Enxerguemos tudo de cima, visão de altitude, que sonda a face toda da Terra.

Seres alados. Conquistemos os céus.

Redação do Momento Espírita
Em 30.6.2022.

 

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