Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone Semeadura de bênçãos

Henya estava grávida e muito preocupada. O marido e o irmão, que morava com eles, estavam desempregados.

Ela se perguntava se, após a licença maternidade, teria ainda o seu emprego, se não seria despedida.

Ela vira isso acontecer com outras companheiras, nessas circunstâncias.

Em meio a um jantar dos funcionários, o dono da empresa demonstrou interesse em saber a cidade de origem de cada um.

Quando Henya declinou o nome da sua cidade natal, ele manifestou curiosidade maior, perguntando onde, exatamente, ela residira, naquela cidade. Como se chamavam seus pais, seus avós.

A surpresa foi tomando conta de todos quando, emocionado, o empresário relatou:

Há muitos anos, viviam na sua cidade, dois eletricistas amigos.

Um deles conseguira um bom emprego e ia muito bem. O outro ganhava o suficiente para sobreviver.

Um dia, um infarto o levou, deixando esposa e filhos. O amigo soube e foi prestar condolências à família.

Percebeu como tudo era velho na casa: o sofá, a mobília escassa, os poucos objetos.

Viu a geladeira e as prateleiras vazias. Nos dias que se seguiram, furtivamente, entrava pela porta da cozinha e deixava algumas provisões.

Dois meses depois, a viúva entrou em contato com ele.  Contou que, no porão da casa, havia muito material elétrico e ofereceu para venda.

Então, durante três semanas, o amigo visitou o porão, separando pilhas de equipamentos, ferramentas, máquinas úteis e inúteis.

Ela não sabia, mas ele não tinha intenção de comprar nenhum daqueles materiais.

Quando terminou a seleção, chamou todos os empreiteiros e mestres de obras que conhecia e anunciou uma venda de material elétrico.

Conseguiu arrecadar três vezes mais do que o preço que a viúva estipulara.

Todo o arrecadado, ele depositou nas mãos dela. A quantia deu para sustentar a família, durante meses.

Nessa altura da história, o empresário deu um suspiro e revelou:

Henya, o eletricista que ajudou a família do amigo era seu avô. Eu era um dos órfãos. Foi meu pai que morreu. Sua generosidade e bondade salvaram nossa família.

E, concluiu:

Não precisa se preocupar com seu emprego. Prometo que sempre terá um em minha empresa.

E caso seu marido e irmão queiram vir ao meu escritório, terei prazer em dar emprego a ambos.

Naquela noite, Henya escreveu uma carta a seu avô, que ainda residia na mesma localidade.

Relatou toda a história e finalizou: Muito obrigada, vovô. Saiba que o senhor não salvou somente a família de seu amigo. Salvou a minha também.

*   *   *

O bem que se faz sempre gera benefícios. Por vezes, nós mesmos colhemos, ainda em vida, as bênçãos da sua semeadura, das mesmas mãos que beneficiamos.

De outras, e são muitas, o que fazemos se multiplica em dádivas para outras vidas.

Assim, semear bênçãos é sempre motivo de alegria a quem o faz.

Por isso, a sabedoria do Cristo lecionou que façamos ao outro o que desejaríamos que ele nos fizesse.

Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 17,
 do livro
Milagres em família, de Yitta Halberstam e
 Judith Leventhal, ed. Butterfly.
Em 15.6.2022.

 

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