Segundo a nossa gramática, servir é um verbo irregular e significa prestar serviços, cumprir determinados deveres e funções.
Na multiplicidade de sinônimos, podemos entender servir à pátria, auxiliar alguém, dedicar a vida à caridade, servir o jantar...
Enfim, são tantas as nuances desse verbo que nem imaginamos o quanto podemos crescer quando resolvemos utilizar o dom de servir.
Se olharmos ao nosso redor veremos que na vida, por toda a parte, se conjuga esse verbo.
Na natureza, serve a nuvem, que se transforma em chuva para refrescar o ar, irrigar a plantação, abastecer as usinas e nossos reservatórios.
Serve o vale e o monte, que recebem nosso plantio, multiplicando vidas na Terra.
Serve a flor, com seu perfume e beleza, enfeitando nossos jardins, nossos ambientes ou a imensa pradaria.
Serve a pedra na edificação de muros, casas, pontes.
Serve o barro que transformamos em utensílios e ornamentos.
Serve a água que nos mata a sede e higieniza corpos e habitações.
Serve o fogo na lareira amiga, no cozimento do alimento, no aquecer dos corpos.
Servir é, pois, um verbo presente em todas as horas.
Quando nos propomos a conjugá-lo, sentimos os benefícios que nos traz.
Ele nos liberta da amargura e do ressentimento, quando o utilizamos a benefício do outro.
E, no serviço a quem sofre, vamos nos dando conta de que nossas dores são menores. Ou até nos esquecemos delas.
Com propriedade, versejou o poeta Casimiro Cunha:
Se encontras pedras, injúrias,
Ofensas, erros brutais...
Não te afastes do programa
De servir um tanto mais.
Se quisermos atingir
As luzes celestiais,
Aprendamos com Jesus
Que servir nunca é demais.
* * *
O maior Espírito que esta Terra já acolheu, Jesus de Nazaré, exemplificou o verbo servir, em muitas oportunidades.
Serviu aos pobres, lhes ofertando esperança; serviu a leprosos, devolvendo-lhes a chance de retorno ao mundo dos homens.
Serviu a cegos, restituindo-lhes a visão; serviu a mutilados e deficientes, a obsediados e infelizes de toda ordem, lhes proporcionando a recomposição do físico e da mente.
Serviu a Lázaro e à jovem filha de Jairo, chamando-os de retorno à vida ativa, presos que estavam em sono letárgico.
Serviu aos apóstolos, lavando-lhes os pés, tarefa habitualmente realizada por escravos.
Serviu a centenas de criaturas que O ouviam, dividindo os pães e os peixes, saciando-lhes a fome.
Serviu a toda Humanidade, no exemplo da humildade e na oferta do Seu Evangelho, a Boa Nova.
Prossegue servindo, até hoje, permanecendo de braços abertos, aguardando que nos decidamos a ir ao Seu encontro.
Segue a postos, nos sustentando em todos os momentos difíceis; quando nos debulhamos em lágrimas ante as dores do caminho.
Segue pronto a servir quando lhe rogamos amparo ante as catástrofes que nos alcançam e as guerras que nos destroem.
Seguindo-lhe o exemplo, estejamos sempre prontos a servir um tanto mais.
Redação do Momento Espírita, com transcrição de versos do,
cap. 55, do livro Correio Fraterno, por Autores Diversos,
Psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
Em 4.6.2022.
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