Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Cultores de sementes alheias

Poucos de nós, possivelmente, sabemos quem foi a holandesa Johanna Gezina Bonger, nascida em Amsterdã.

Completou seus estudos de língua inglesa, se tornou professora e foi para Paris, onde conheceu o comerciante de arte, que se tornaria seu marido, Théodore Van Gogh.

Com a morte do marido, no segundo ano do seu casamento, ela se tornou herdeira de mais de duas mil pinturas e novecentas cartas de seu cunhado, Vincent Van Gogh.

Jo usou os contatos de sua família, no mundo artístico, para ter a real noção do que havia herdado.

A essa brava mulher se deve a primeira exposição de quatrocentas e setenta e três dessas pinturas, no Museu Municipal de Amsterdã, realizada em julho-agosto de 1905.

Duas mil pessoas acorreram para vê-las. Riram das telas expostas.

Ela continuou em contato com artistas e museus da Europa, negociando exibições muito bem sucedidas das produções de Van Gogh, nos Países Baixos, França, Alemanha e Reino Unido.

Depois, começou a tarefa de editar as cartas trocadas entre seu ex-marido e o cunhado, esperando que elas pudessem trazer à tona as qualidades de Van Gogh.

O primeiro volume das cartas foi publicado em holandês, em 1914. No ano seguinte, ela se mudou para Nova Iorque, nos Estados Unidos, iniciando o trabalho de tradução das cartas para o inglês.

Graças ao trabalho dessa mulher, o nome de Vincent Van Gogh passou a ser pronunciado de boca em boca como um fenômeno das artes holandesas, um dos gênios do mundo.

*   *   *

Um jovem, nascido na cidade universitária de Tarso, foi levado a Jerusalém pelo grande Gamaliel.

Seu destino era substituir seu mestre no Sinédrio judaico.

Um dia, depois de um encontro de luz, ele se tornou o maior propagador das mensagens de um Crucificado Nazareno.

Não fosse a sua ousadia, o seu empenho em viajar pelo mundo, e o Evangelho não haveria de romper as fronteiras de um povo, disseminando-se pelo mundo.

Em sua estratégia, utilizou a estrutura de locomoção disponível à época: navios, embarcações, cavalos, carros de boi. Ou, simplesmente, caminhando pelas estradas.

Ele precisou batalhar contra a estreiteza de entendimento de homens do seu tempo, contra o preconceito e a timidez de companheiros de fé.

Enfrentou mares, estradas, frio, fome. Sofreu a violência de autoridades e de pessoas ignorantes, que desejavam permanecer na escuridão de suas próprias ideias.

Jesus nada escreveu. Paulo de Tarso se serviu dos registros apostólicos iniciais. Depois, escreveu treze cartas orientando as comunidades nascentes.

Falou nas praças, nas casas simples, nas sinagogas.

Sua voz estacionou em alguns ouvidos, mas ecoou em corações que desejavam ampliar sua visão de mundo, entender o porquê se nasce, se vive, se morre.

*   *   *

Para o trabalho do progresso, no mundo, o Plano Divino é bem elaborado.

Todo revolucionário de ideias, situações, tem ao seu lado, próximo ou distante, em algum momento, quem o proteja, lhe absorva os ensinos, descubra a genialidade e espalhe para todos os recantos do planeta.

Gratidão a esses cultores das sementes encontradas em telas, em escritos, em palavras jogadas ao vento.

Redação do Momento Espírita, com dados colhidos em
 biografias de Johanna Gezina Bonger e Vincent Van Gogh.
Em 2.5.2022.

 

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