Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
busca   
no título  |  no texto   
ícone Os outros

Aprendemos que Deus é infinito em Seus atributos.

Observando a natureza, nos extasiamos com Sua Criação, que nos fala de beleza, de harmonia, que nos oferece sinfonias e telas de inigualável esplendor.

Porém, é ao olharmos nossa própria vida, que reconhecemos a Sua Sabedoria.

Ele nos fez para vivermos em sociedade. Para isso, nos dotou da palavra e de outras tantas faculdades, que nos permitem o inter-relacionamento.

Desde o nascimento, Ele nos convida a apreciarmos essa bendita Lei de Sociedade, que nos diz o quanto somos interdependentes uns dos outros.

Assim é que o nosso nascimento se dá através de outros, porque nenhum de nós pode dispensar o corpo da mãe e o auxílio de alguém para vir ao mundo.

Na sequência dos dias, constatamos que um dos atos mais comuns, nossos primeiros banhos, foram dados por outros.

­Alguém nos alimentou, nos aconchegou, nos abrigou do frio e nos acolheu em braços de cuidados.

Recebemos um nome, o meio pelo qual nos identificamos, neste mundo. Ele nos foi dado por outros.

Adentramos os bancos escolares, para a ilustração do intelecto. Foram os outros que nos ensinaram a ler, a escrever, a contar, a descobrir as maravilhas do Universo.

Crescemos e necessitamos de meios para nos mantermos. Mais uma vez, a nossa renda depende de outros.

Pode ser o nosso empregador, o nosso cliente, o nosso aluno, o nosso paciente. Outros.

São os outros que adquirem o livro que editamos, apreciam o quadro que colocamos em exposição, o agasalho que tecemos, o bordado que acrescentou um especial detalhe a uma vestimenta.

Quando adoecemos, dependemos dos outros para a medicação, a cirurgia, os cuidados mais básicos, dependendo do que nos aconteça.

Se nos destacamos na profissão, nas artes, conquistamos honras, ganhamos comendas, prêmios - tudo nos é dado por outros.

São os outros que nos aplaudem, que nos falam do que estamos realizando bem e do que devemos aprimorar, colaborando para nosso progresso.

Vivamos poucos dias ou várias décadas no corpo de carne, sem dúvida alguma, registramos que nossos cuidados finais serão dados por outros.

Seja qual for o motivo que nos leva à morte física, nosso funeral será realizado por outros.

E os bens materiais que acumulamos, que retivemos com ciúme e apego, serão herdados por outros.

*   *   *

Em síntese, as diretrizes educacionais do Pai Celestial nos dizem, todos os dias, que dependemos uns dos outros.

Essa é a grande lição da fraternidade. Um semeia, outro colhe. Alguém transporta, comercializa, disponibiliza para os demais.

Produzimos e nos servimos uns dos produtos dos outros. Os outros, nossos irmãos.

Quando entendermos essa grande lição, haveremos de mais exercitarmos a fraternidade, gratos aos outros pelo que representam em nossa vida.

Tomaremos do pão e lembraremos do agricultor, do padeiro, da atendente que no-lo ofereceu.

Agradeceremos aos inventores, aos criadores do belo, do bom, do útil, de tudo de que nos servimos.

E nos haveremos de perceber irmanados, unidos, de tal forma que oferecemos o que temos com uma e com a outra mão recebemos o que nos é ofertado.

Redação do Momento Espírita, inspirado em página de
 autoria desconhecida e com base em
O Livro dos Espíritos,
 de Allan Kardec, pt. 3, cap. VII, questão 766.
Em 23.4.2022.

 

Escute o áudio deste texto

© Copyright - Momento Espírita - 2024 - Todos os direitos reservados - No ar desde 28/03/1998