Margaret Mead foi uma antropóloga cultural, nascida nos Estados Unidos no Século XX.
Trabalhou no Museu Americano de História Natural, em Nova York, por mais de cinco décadas, assumindo o posto de diretora de etnologia por mais de vinte anos.
Seus estudos muito contribuíram para o desenvolvimento da antropologia, em vários aspectos.
Certa feita, uma estudante lhe perguntou qual seria, na visão aguçada da pesquisadora, o primeiro sinal de civilização.
Talvez a expectativa da aluna fosse que a insigne professora lhe indicasse algum artefato desenvolvido, o domínio de alguma técnica.
Talvez falasse da capacidade de amolar uma pedra, fazer uma lança ou um pote de barro.
No entanto, a reflexão da antropóloga foi além da aquisição dessas capacidades intelectuais e motoras que desenvolvemos em nossa caminhada evolutiva.
Para a doutora Margaret Mead o que sinaliza o início da civilização é um fêmur curado.
O fêmur é um dos maiores ossos de nosso organismo, o mais longo de nosso corpo, fundamental para nosso deslocamento.
Sem os recursos que hoje a medicina oferece, ele levava cerca de seis semanas para uma completa cicatrização, exigindo do paciente absoluto repouso, nenhum movimento.
Assim, a antropóloga concebeu, na observação de um osso curado, a síntese de toda uma conquista emocional.
Durante essas longas semanas, alguém teve de proteger esse enfermo. Teve que tratar, alimentar, fornecer água, entre tantas necessidades.
Tais atitudes nascem da empatia, da solidariedade, do afeto e da consideração.
Somente munido desses sentimentos alguém dispensaria tantos dias para cuidar do outro.
* * *
Dessa forma, concluímos, é que se faz a construção de nossa Humanidade, de nossa civilização.
E isso se dá, na intimidade de cada um de nós.
Portanto, os sinais efetivos de nosso progresso não se darão pela nossa inteligência, por termos um raciocínio rápido e privilegiada capacidade de entendimento.
Em cada um de nós, o progresso se efetivará, quando, para além do intelecto, formos conquistando valores nobres.
Vamos construindo nossa civilização à medida que conseguimos tratar o outro da mesma forma que gostaríamos de ser tratados.
Quando vamos entendendo que nossos direitos devem respeitar os direitos do outro; quando, além de justos, somos solidários perante as dificuldades do próximo; quando a compaixão nos toca, e com ela nos movimentamos, para minimizar a dificuldade do outro, temos uma conquista individual.
E quando cada conquista se consolida, em nós, em última instância, toda a Humanidade progride.
Por isso, se buscamos progressos maiores para nossa civilização, lembremos que apenas as conquistas e esforços intelectuais não bastam.
São importantes, sem sombra de dúvida.
Mas, se não nos preocuparmos em nos tornarmos melhores, mais humanos, mais solidários, mais companheiros uns dos outros, jamais poderemos nos dizer, efetivamente, civilizados.
Redação do Momento Espírita.
Em 12.4.2022
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