Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone Pequenina árvore

Permito-me pastorear meus sentimentos.

Sou eu, peregrino de mim mesmo.

Quão pouco sei de minhas campinas, embora reconheça que não me criaste a esmo.

Tantas sementes plantaste em mim. Nas pradarias solitárias, contemplo as Tuas flores.

Em cada uma delas Te descubro: azuis de paz, amarelas de alegria, verdes de esperança. Sou Teu filho, sou tantas cores.

No cantar do vento, eu reconheço a Tua voz. É voz de Pai, é convite gentil, são palavras no silêncio: como é doce o Teu falar.

As minhas águas, ora mansas, ora turbulentas, serpenteiam sem cessar. Mas, reconheço, é bem verdade: eu sou o rio, Tu és o mar.

Eu desaguo em Ti, pois Tu és o meu destino. E para Te alcançar também Te percorro, pois Tu és o meu caminho.

Neste mergulho em minh'alma, corro os olhos pelos profundos vales, escalo as altas montanhas. Porém, não há medo, não há dor, tudo reflete a grandiosidade de Teu amor.

Para a canseira, Tu és descanso. És o alento do suplicante. Para a tristeza, és o sorriso. Tu és a sombra mais refrescante.

*    *   *

Tu me conduzes a um jardim. Nunca eu conhecera tanta beleza dentro de mim.

O encantamento me fascina. Eu o desbravo com fervor. No meio dele, uma árvore pequenina: é a árvore de meu amor.

Por um instante, me entristeço. Os olhos põem-se a marejar. Lágrima por lágrima Tu as enxugas e me conduzes ao trabalho.

Tu me formaste de Tuas mãos. Contigo devo aprender a amar. Sou Tua imagem e semelhança e não pretendo falhar.

Lembro-me esperançoso de tudo o que avistei pelo caminho por onde vim. O que trago no mais íntimo de meu ser é a assinatura que deixaste em mim.

Renovo o ânimo e contemplo novamente tudo ao meu redor. Não há tempo a perder. Embora o amor seja árvore pequenina, é minha tarefa fazê-la crescer.

Trago comigo flores que não são apenas minhas. Descobri que posso oferecê-las com a doçura das esforçadas mãos. Faz-se assim a caridade, uma grande oportunidade de me doar aos meus irmãos.

Trago comigo o soprar suave da Tua voz. Voz que canta, voz que embeleza, voz que me concede coragem e ação. É um canto de indescritível beleza e, embora minha voz seja pequena, vou fazê-la retumbar, rimando versos de perdão.

Sou pequeno rio, mas não corro ao léu. Trago em mim água cristalina, água de tolerância: eis o meu papel.

Trago comigo profundos vales e altas montanhas. Hei de me lembrar, portanto, que entre mim e meus irmãos há grandes diferenças. Assim, faz-se imperativo o cultivo da necessária paciência.

Fiz-me flores de caridade, ventos de perdão, águas de tolerância, montanhas de paciência. E assim, a árvore fica mais bela.

É pelo cultivo das virtudes que ela cresce e frutifica.

*   *   *

Latente em nós, temos todas as virtudes, que precisam ser praticadas e cultivadas. É dessa maneira que nos tornamos verdadeiro e puro amor.

O Criador plantou a semente. Lavremos nosso jardim. Permitamos que o amor nele cresça. Convidemos o Celeste Pai para estar conosco e, frente a uma árvore robusta e majestosa, fruto de nosso esforço, recebamos das mãos dEle a felicidade e a paz eternas.

Redação do Momento Espírita.
Em 1º.4.2022.

 

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