Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Afugentando a solidão

Quando pensamos que somos oito bilhões de seres vivendo neste planeta, quando observamos o fluxo das pessoas nas artérias das grandes cidades, é de nos perguntarmos: Como pode existir ainda tanta solidão?

Solidão é esse sentimento que surge quando nos vemos sós. Mas, não precisamos estar literalmente sem a companhia de outros para senti-la.

Ela se manifesta até mesmo quando estamos rodeados de pessoas, em ambientes movimentados.

Alcança jovens, adultos, idosos. Alguns buscamos suprir esse sentimento interagindo nas redes sociais.

No entanto, um estudo revelou que o uso constante e exagerado das redes sociais contribui para aumentar o sentimento de solidão.

Uma das causas para isso é que passamos a comparar nossa vida com a dos outros. Estranhamente, sempre acreditamos que a vida do outro é maravilhosa.

Ele está sempre sorrindo, ele viaja, vive numa enorme casa com piscina.

A fórmula para preencher nossa solidão já nos foi dada há bastante tempo. Um certo Nazareno demonstrou que amar o outro plenifica o ser.

Um discípulo Seu, séculos depois, demonstraria que a busca deve ser amar sem mesmo ser amado.

Amor que preenche todos os vazios, todas as horas. Contudo, conhecemos raras pessoas que alcançaram essa plenificação do amor.

Madre Teresa de Calcutá, irmã Dulce, na Bahia, Francisco Cândido Xavier...

Nós, o comum das criaturas, desejamos que alguém nos aconchegue, nos ame, nos cuide.

Partindo desse princípio, que tal empreendermos uma grande campanha para amenizar a solidão?

Podemos elaborar um programa de atenção, começando pelos próximos mais próximos. Afinal, tudo deve começar em casa.

É no lar que treinamos a educação, a polidez. Por que não a atenção mais atenciosa?

Assinalemos alguns momentos, no dia, durante as refeições, por exemplo, em que abandonemos, totalmente, os celulares.

Aproveitemos para nos olharmos olhos nos olhos, para conversarmos, para contar das nossas experiências.

Diremos das nossas horas cheias, complicadas ou despreocupadas, dos afazeres ou da preguiça que nos assaltou.

Cada qual dirá de si, do que fez. E até falará da tristeza da má educação de um colega, da falta de polidez de um amigo.

Planejemos, uma vez na semana, que seja, um encontro mais especial, em horário que todos possam. Não precisa ser longo, nem chato.

Descontraído, simplesmente. Um momento prazeroso, em que se assista a um filme, se leia algo, se troquem ideias.

Momentos para perguntar: Como estão todos?

Planejemos ações em conjunto, como cozinhar, fazer um prato especial, pintar, montar alguma coisa.

E que sintamos que, verdadeiramente, fazemos parte de uma família. Que nos importamos uns com os outros.

Tudo começa assim. Pequeno, discreto. Mas, quando toma corpo, incendeia o mundo.

Comecemos hoje a afugentar a solidão dos nossos amores, agora, antes que esfrie a ideia, que a vontade fuja.

E se um de nós se der conta de que vive só, encontre um amigo, na porta ao lado, ou na esquina além. E exercite com ele.

Serão dois afugentando um a solidão do outro.

Experimentemos.

Redação do Momento Espírita.
Em 1º.3.2022.

 

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