Mais um ano se aproxima do seu término.
Já realizamos o balanço de nossas ações neste ano prestes a se findar?
Importante refletirmos quando um ciclo está se concluindo em nossas vidas.
Também é fundamental pensarmos em como podemos agir, ser e sentir em um novo período que nos será oferecido.
O final de um ano nos possibilita esse exercício de reflexão.
Pensarmos, por exemplo, sobre o uso que fizemos do nosso tempo. Como o empregamos nesses tantos dias que vão nos dizendo adeus.
Quase sempre, nessas reflexões, nos damos conta de muito tempo desperdiçado, de dias mal empregados.
A respeito, Frei Antonio das Chagas, que viveu no Século XV, escreveu:
Deus pede hoje estrita conta do meu tempo.
E eu vou, do meu tempo dar-lhe conta.
Mas como dar, sem tempo, tanta conta.
Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?
Para ter minha conta feita a tempo,
O tempo me foi dado e não fiz conta.
Não quis, tendo tempo, fazer conta,
Hoje, quero fazer conta e não há tempo.
Oh! Vós, que tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis vosso tempo em passatempo.
Cuidai, enquanto é tempo em vossa conta.
Pois aqueles que, sem conta, gastam tempo,
Quando o tempo chegar de prestar conta,
Chorarão, como eu, o não ter tempo.
* * *
A vida e o tempo estão intrinsicamente ligados.
O que estamos fazendo do nosso tempo?
Muitas vezes, vamos simplesmente levando nossas vidas, consumindo as horas.
Vamos fazendo e fazendo as coisas que nos surgem, sem avaliar nossas condutas.
Realizamos coisas que nos trazem grande alegria e satisfação. Também, muitas que nos causam, logo mais, muita tristeza.
Às vezes, arrependimento por termos agido sem pensar nas consequências.
Vamos, como se diz, na linguagem popular, ligando o piloto automático e apenas repetindo comportamentos, nem sempre recomendáveis. Ou que nos proporcionem melhoria íntima.
Parece que nos acostumamos a certas atitudes e as vamos reprisando e reprisando.
Importante nos perguntarmos por que nos habituamos com coisas que não nos fazem bem.
Por que nos acomodamos com hábitos e situações que nos impedem de buscar a mudança que dizemos almejar para nossas vidas?
Por que nos acostumamos com a dor e o sofrimento?
Por que nos permitimos acomodar e não buscamos a transformação?
Procuremos não nos habituar ao que é ruim, ao que traz tristeza, provoca mágoas.
Espanquemos a preguiça.
Não nos habituemos a deixar para depois o que pode, agora, ser melhorado.
Não nos moldemos ao pessimismo.
Busquemos soluções!
Aproveitemos essa proximidade de final de ano, para estabelecermos metas de mudança.
Alteremos padrões negativos. Aproveitemos para construir uma vida mais feliz.
Busquemos o conhecimento para nos ajudar a transformar nossas vidas.
Assumamos um compromisso com nós mesmos para fazermos o melhor de nós nesse Novo Ano que se anuncia.
Usemos nosso tempo, como um recurso valioso demais para ser desperdiçado.
Dessa maneira, ao final deste ano, fiquemos felizes em prestar contas do nosso tempo pelas boas realizações que fizemos.
Redação do Momento Espírita, com transcrição de soneto
de Frei Antonio de Chagas, do livro Antologia de poesia cristã
em Língua Portuguesa, organizado por Sammis Reachers,
publicação independente.
Em 31.12.2021.
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