Conta-se que, naquele dezembro, o Senhor Deus examinou os documentos que se referiam a grandes personalidades da Terra.
Deteve-se, de forma especial, sobre os que detalhavam as ações de um inquieto pesquisador.
Dotado de poderes intelectuais, ainda na mocidade, ele lecionara na faculdade de medicina, na cadeira de fisiologia.
Publicara estudos notáveis, que lhe haviam granjeado a admiração dos seus contemporâneos.
Fora laureado com o Prêmio Nobel de medicina.
No entanto, uma grande missão lhe fora confiada: a de afirmar a sobrevivência do Espírito após a morte.
Por isso, estivera com médiuns extraordinários, que, sob sua supervisão rigorosa, produziram fenômenos de variada ordem.
Foi um investigador sincero, dedicado. Apesar de provar que nunca houvera fraude alguma, em tudo que lhe fora dado observar, jamais teve a coragem de afirmar a Imortalidade do Espírito.
Para ele, tratava-se de um sexto sentido, era inegável. Teve o mérito de escrever um livro, que contribuiu para chamar a atenção de outros sábios e pesquisadores: Tratado de Metapsíquica.
Aos oitenta e cinco anos, ele estava, agora, sendo chamado para retornar ao grande lar.
Era o momento de prestar contas dos tantos talentos recebidos.
Anos lhe haviam sido ofertados para que pudesse aprofundar sua investigação e, como cientista, dizer da realidade imortalista.
Em vão.
Agora, era o momento de deixar o corpo físico. Ele fechou os olhos da carne e os abriu para a dimensão espiritual.
Amigos, que com ele haviam jornadeado, o aguardavam. Personalidades eminentes da França antiga, velhos colaboradores de suas pesquisas, foram abraçá-lo.
Na sua bondade, Deus Pai lhe enviou formas luminosas que o arrebataram, desprendendo-o do corpo físico.
O apóstolo da ciência caminhou, então, para a certeza divina da Imortalidade. Imortalidade que ele não admitira para o mundo mas que agora se lhe descortinava aos olhos.
Ele se chamava Charles Richet.
* * *
Quando estas notícias nos chegam à mente, imaginamos se hoje fôssemos chamados à presença do Senhor da Vida, como seria a nossa prestação de contas.
Será que estamos aproveitando todas as oportunidades que a Divindade nos oferece, nesta jornada terrena?
Podemos pensar o que estamos fazendo das chances de estudo, nos bancos escolares, universitários, do conhecimento que nos chega.
Que estamos fazendo da possibilidade de ilustrar outras mentes, de realizar pesquisas nobres, de exercitar o bem.
Que estamos fazendo das bênçãos da família, dos amigos, de tantos que nos estimam.
Que estamos fazendo das horas de cada dia, da nossa biblioteca enorme, das oportunidades de progresso que a tecnologia nos oferta.
Aprimoramos o próprio idioma para sermos melhor entendidos?
Que fazemos das letras que nos são ofertadas para ler, escrever, falar?
Que fazemos do talento musical, da nossa criatividade?
Importante nos servirmos de tudo que possuímos para aprimorar nosso intelecto. Também para apararmos nossas imperfeições morais.
A hora é agora. Aproveitemos o dia que surge, anunciando bênçãos.
Redação do Momento Espírita, com dados colhidos
da mensagem do Espírito Humberto de Campos, psicografia de
Francisco Cândido Xavier, em Pedro Leopoldo/MG, em 21
de janeiro de 1936, inserida no livro Tratado de Metapsíquica,
de Charles Richet, ed. Do Conhecimento.
Em 7.12.2021.
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