Nesses tantos meses de pandemia, como podemos manter acesa a chama da esperança?
Que mais poderemos visualizar para vencermos as nossas agruras, nestes dias nublados de incertezas?
A que nos agarrarmos para não sucumbir aos vendavais que atormentam a Humanidade?
O que dizer aos nossos jovens e às crianças quanto ao futuro que os aguarda?
O que aconselhar aos pais desmotivados da vida por não terem um porto seguro para seus filhos?
O que falar para descansar o coração aflito da mãe, que vê esgotada a minguada reserva de alimento ao pequeno que lhe diz ter fome?
O que dizer para o andarilho que ficou sem trabalho e sem lar?
Como consolar o idoso que, no auge da incapacidade física, fica sem seus amores para o socorrer?
Nestes momentos de nuvens densas que pairam sobre o planeta, que se contorce em face às provas que o envolvem; nestes dias, onde muitos dos nossos amores agonizam frente à dureza dos desafios que enfrentam; nestas noites preocupantes ante a disseminação de atentados à vida; nestas horas de convulsões causadas pelo medo, incerteza, insegurança, fobias variadas, que atacam os corações mais frágeis; nestas horas, aparentemente finais, com tantos pensamentos de incapacidade de continuar vivendo, o que nos resta fazer?
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Façamos uma pausa e tenhamos em mente que quando tudo parece a ponto de perder-se, quando tudo está envolto nos negros véus da desilusão, sempre haverá um ponto de apoio.
Essa âncora divina se chama esperança.
A esperança dá força aos ideais e coragem às criaturas, que se renovam, mesmo quando tudo parece a ponto de se perder.
É ela que sustenta o herói na hora amarga de sua luta, dando-lhe a força para prosseguir até o fim.
É ela que mantém o santo nos propósitos superiores que abraça, permitindo que realize feitos que o imortalizam.
Por isso, vistamo-nos com o manto da esperança e prossigamos.
Preservando a esperança em nós, nunca desfaleceremos, nem nos sentiremos abandonados, quando as circunstâncias nos convidarem ao testemunho e à solidão.
Quando o barco estiver a ponto de afundar, em meio às ondas imensas, surgirá o socorro que nos haverá de resgatar.
Quando a tempestade parecer levar todos os nossos sonhos, sacudindo-nos de forma violenta, cedamos, dobrando-nos, como faz o bambu, em circunstâncias semelhantes.
E aproveitemos para, nessa posição, orarmos a Quem tudo domina: os ventos, a tempestade, a vida.
Lembremos que somos o fruto do amor de Deus e, mesmo que tudo pareça estar contra nós, não estamos sós.
O ditado popular diz que Deus tingiu de verde a relva para que não faltasse esperança, nem aos caídos ao chão.
Descansemos, enquanto tombados pela dor, pelas lutas. Depois, ergamo-nos e reiniciemos o combate.
Enquanto o ar encher nossos pulmões, enquanto bater o nosso coração, há esperança.
Esperança de que raie o sol ou que chegue a chuva. Que o trigo amadureça, que os frutos se ofereçam abundantes, que a vida prossiga.
Espalhemos esperança.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. XXXII, do livro
Vida Feliz, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de
Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 4.12.2021.
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