Momento Espírita
Curitiba, 25 de Novembro de 2024
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ícone Viver conscientemente
 

Você já pensou na diferença entre viver e existir?

Embora uma análise superficial dos dicionários nos dê a impressão de que os dois termos têm significados iguais, uma busca atenciosa pode sugerir algumas diferenças.

Para viver, basta ter vida. Todos os seres orgânicos vivem.

Para existir já é preciso um certo grau de consciência. É saber retirar da vida o que ela tem de melhor para a evolução do ser.

Um sábio da Antiguidade expressou bem essa ideia sintetizando-a em uma frase célebre: Penso, logo, existo.

Existir pressupõe uma ação consciente, exige a ação do pensamento.

Existir é ser, estar, permanecer.

Sob esse ponto de vista, podemos nos questionar se existimos de fato, ou simplesmente vivemos. Passamos pela vida de forma quase inconsciente.

Grande parte dos seres humanos passa pela vida sem dar a devida atenção às circunstâncias à sua volta.

Permitimos que a nossa existência se transforme num automatismo pernicioso e paralisante.

É como se, ao acordar pela manhã, ligássemos o piloto automático e nos deixássemos por ele conduzir, sem estar efetivamente desperto.

A tal ponto isso é real que, ao anoitecer, poucos se lembram dos fatos ocorridos no decorrer do dia.

E esse tipo de comportamento é extremamente prejudicial porque nos conduz ao final da vida física sem que tenhamos retirado dela os ensinamentos necessários.

Não é outro o motivo pelo qual as massas são facilmente conduzidas, tangidas pelas ideias dos que pensam e gostam de manipular seres distraídos.

Dessa forma, somos facilmente seduzidos pelos modismos, vícios e os interesses mesquinhos que surgem apontando soluções fáceis mas ilusórias.

Vale a pena darmos outro sabor à nossa vida e passarmos a existir conscientemente: refletindo no que é melhor para nós mesmos e para nossos familiares, amigos e vizinhos; não nos deixando levar por propostas infelizes que só nos farão sofrer mais tarde; procurando conjugar o verbo ser, ao invés de nos atermos somente no ter; analisar as mensagens veiculadas pela mídia, a fim de que possamos retirar as boas ideias e descartar as que complicarão as nossas vidas.

Assim, a opção será sempre nossa: passar pela vida como autômatos ou existir com consciência desperta.

Aquele que opta por viver como outro ser orgânico qualquer, teme a morte física.  Mas aquele que existe de forma consciente, passa a aduana do túmulo com lucidez e segue existindo.

*   *   *

Há pessoas que vivem praticamente do estômago para baixo. Comem, bebem, fazem sexo, torcem para seu time favorito, brigam por ele, dormem e, por fim, morrem.

Esses são os chamados homens fisiológicos.

Só pensam em si mesmos. Encaram o trabalho como uma obrigação e não ensinam a ninguém o pouco que sabem.

E há os homens psicológicos. São aqueles que, sem deixar de atender as funções fisiológicas, têm muita fome intelectual.

Leem bastante, meditam, raciocinam, iluminam a mente com ideias salutares e contribuem positivamente para um mundo melhor.

Seu trabalho é eficiente e geralmente fazem o que podem para ensinar aos colegas tudo o que sabem.

São pessoas que existem de forma consciente. Têm, no dizer de Jesus, olhos de ver e ouvidos de ouvir.

Pense nisso! Mas, pense agora.

Redação do Momento Espírita
Em 04.06.2010.

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