Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Como a árvore que anda

Em momentos de escassez de alimentos na aldeia, um dos mais sábios índios foi para a floresta. Ele não tinha mais a agilidade para a caça.

E se embrenhando na floresta, foi meditar ou tentar, no murmúrio da mata, ouvir as vozes dos antepassados, protetores da nação indígena.

Foi ali, buscando um encontro com a natureza, que o índio viu que uma árvore, a Paxiúba, se deitara. Ela não desfrutava de sol porque árvores bem mais altas cobriam a luz que a deveria alimentar.

Observando-a, o índio constatou que suas raízes não eram fixas.

Que, deitada, ela lançara novas raízes. Dessa forma, percebeu que ela se deita, mas torna a se levantar quantas vezes sejam necessárias, até alcançar o seu alimento, o sol.

Ela se deita, mas não tomba. Ela luta e se levanta, indo em busca do que necessita.

O índio entendeu o recado da mãe natureza. Voltou para a sua aldeia e contou a singular experiência.

Sabendo que, naquele momento, o alimento era a grande dificuldade para o povo, passaram a usar a madeira da Paxiúba para suas zarabatanas.

Concluíram que, assim, teriam mais habilidade na caça, como se desejassem assimilar a simbologia da árvore guerreira.

Cientistas observaram a estranha árvore, com muita admiração.

Constataram que se trata de uma espécie de palmeira, natural da América Central tropical, que chegou à América do Sul e é encontrada na bacia do rio Amazonas, no Brasil, onde não lhe falta sol.

Nesse processo de tombar e lançar novas raízes, ela pode, no período de um ano, se deslocar até vinte metros.

*   *   *

A natureza nos surpreende. Um vegetal utiliza uma estratégia para se lançar em busca da luz, de que precisa.

Interessante lição para as nossas vidas.

Quando o desânimo nos fizer sucumbir, podemos cair. Quando o desespero nos abraçar, de forma demorada, podemos tombar.

Quando a tormenta se fizer tão forte, como um furacão que tudo destrói; quando tudo parecer dar errado, tudo estiver contrário aos nossos planos, aos nossos ideais, podemos nos deitar por terra.

Quando os ventos nos atingirem, e tivermos que nos dobrar até o solo, quase vencidos...

Nesse momento, deve luzir a nossa fé. E, se acreditarmos que a perdemos, em algum momento da jornada, procedamos como aquele pai, desejando ardentemente a cura do filho:

Eu creio, Senhor. Ajuda a minha incredulidade.

E, da mesma forma que devolveu ao coração paterno o filho liberto das amarras obsessivas, Jesus, o Pastor, virá ao nosso encontro e nos auxiliará a reacender a centelha divina que existe em nós.

Fará brilhar a luz que somos.

Então, lançaremos novas raízes e, como a Paxiúba, tornaremos a nos erguer.

A luta não acabou. Podemos ter perdido um combate contra a morte, contra as condições adversas, mas não perdemos a batalha.

As respostas surgem, as soluções aparecem, mesmo tímidas, como um singelo brilho de esperança.

Prossigamos.

Oremos. Mesmo que possam parecer frases sem muito nexo, elas traduzirão a nossa vontade de nos erguermos, de buscarmos o sol de primeira grandeza, que se chama Jesus, nosso Governador Planetário. Nosso Modelo e Guia.

 

Redação do Momento Espírita, com base no artigo Será que Jesus ainda
ouve os homens?, de Arlete Nunes Magalhães, da revista Seareiro,
nº 176, de julho/agosto 2021,  ed. Seara Bendita Instituição Espírita
e no
Evangelho de Marcos, cap. 9, vers. 24.
Em 4.10.2021.

 

 

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