Narra o Evangelista João que Jesus foi a Jerusalém porque havia uma festa entre os judeus.
Não se sabe ao certo que festividade seria porque não fez questão de mencionar.
Mas assinala que havia, próximo à porta das ovelhas, um tanque chamado Betesda, que em hebreu quer dizer Casa de Misericórdia.
Tratava-se, em verdade, de uma grande piscina, com acesso por cinco pórticos. O local fora edificado pela administração pública.
Alguns o consideravam dedicado a Asclépio, deus da medicina e da cura.
Em outras anotações, encontramos que o local era administrado por judeus que chegavam a negociar os melhores lugares, ou seja, os mais próximos à borda da piscina.
Espalhara-se a lenda de que, periodicamente, um mensageiro celeste descia à piscina e revolvia suas águas.
O primeiro que então adentrasse, sarava de qualquer enfermidade.
Interessante que fosse procurada por grande multidão de cegos, mancos, paralisados, considerando que a algumas centenas de metros, estava o Templo de Jerusalém.
Por que não buscavam os judeus as graças de Yaweh no Templo em que consideravam devia ser adorado e aderiam, ao contrário, a uma crendice?
Ontem, como hoje, parece que quando se trata de alcançarmos algo que muito desejamos, rapidamente desprezamos crenças ainda não sedimentadas em nós.
Ora, havia ali um homem, paralítico há trinta e oito anos. Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava há tanto tempo nesse estado, se aproximou e lhe perguntou:
Queres ficar curado?
Aquele homem não sabia quem era Jesus. No entanto, seria natural que respondesse: Sim, quero.
No entanto, a sua é a lamentação de que não tem quem o lance na água, assim que seja agitada. Quando conseguia chegar próximo, alguém já adentrara antes dele.
Jesus lhe ordena então: Levanta-te, toma o teu leito e anda.
O homem se ergue, e se vai, andando.
O que causa estranheza é que a multidão necessitada nada percebeu. Cada um estava focado somente em seu próprio problema, sem olhar ao redor.
A grande lição de Jesus passou despercebida de todos eles, que poderiam, igualmente, se terem beneficiado do poder do Mestre.
Continuaram ali, ao redor da piscina, aguardando o próximo movimento das águas.
Ao curar o paralítico, testificava Jesus que a cura não estava na água. Ele, o Divino Pastor, era a cura para todos os males.
* * *
Não somos nós como aqueles doentes? O Pastor se oferece para nos socorrer, para aliviar a enfermidade das nossas almas, para aplacar nossa sede de amor, as carências que nos atormentam.
Mas, as aparências do mundo, o encanto de promessas tolas nos distraem.
Desejamos algo mágico, fácil, que aconteça de repente.
Contudo, a doença que nos chega, a morte que abraça os que amamos, as dificuldades financeiras, tudo poderia ser melhor superado, se tivéssemos em conta o convite de Jesus:
Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados que eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas.
Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.
Sigamos o Pastor.
Redação do Momento Espírita, com base no Evangelho de
João, cap. 5, vers. 1 a 9 e no Evangelho de Mateus, cap. 11,
vers. 28 a 30.
Em 30.9.2021.
Escute o áudio deste texto