Todos trazemos gravado, no mais íntimo de nosso ser, os registros de Deus.
Como filhos, somos Seus herdeiros espirituais.
Isso determina as potencialidades inúmeras, que trazemos latentes, quase sempre ignoradas de nós mesmos.
É sobre isso que Jesus se refere, ao afirmar que somos a luz do mundo e o sal da Terra.
Porém, é necessário que a luz brilhe e que o sal salgue, lembra o Mestre. Se o sal perder o seu sabor não servirá para nada e luz que permanece oculta, perde seu valor.
Por isso, nos cabe empreender os esforços devidos para conquistar e desenvolver virtudes.
Será no esforço de nos conhecermos, que descobriremos nossos potenciais, aprimorando-nos, com a sua utilização.
Podemos nos imaginar como escultores de nós mesmos, trabalhando a pedra bruta, a fim de que brilhe o que há de melhor em nós.
Algo semelhante ao que Michelangelo dizia fazer para apresentar ao mundo a harmonia das formas que até hoje nos encantam: tirar o excesso da pedra, para que a estátua maravilhosa apareça.
Podemos afirmar que somos o autor e a obra-prima, o resultado desse esforço incomparável de sairmos do estado primitivo e da ignorância para atingir a angelitude.
Todo e qualquer valor, que trazemos na alma, é o resultado dos esforços empregados em múltiplas experiências, nesta e em vidas anteriores.
As conquistas do intelecto, as percepções da estética, do belo, os dons, tendências, são conquistas consolidadas em nossa alma.
Da mesma forma os valores morais, como a bondade, a empatia, a compaixão ou o amor, que se desenvolvem em nosso íntimo, são aprendizados conquistados.
Assim, entendemos que ninguém recebe virtudes gratuitamente da Divindade. Os dons de que hoje dispomos, são resultados do esforço de outrora.
Naturalmente, nesse processo de aprendizado, cometemos equívocos, andamos por caminhos estranhos, perdemo-nos, por vezes.
É por isso, que a bondade Divina, entendendo que tropeços também são aprendizados, nos permite refazer caminhos e experiências.
Isso explica porque reencontramos, em nossas jornadas, aqueles a quem ferimos, maltratamos, nos desentendemos.
Situações se repetem para que, exatamente como o aluno que não alcançou êxito em uma série escolar, a tenha que cursar novamente.
Como algum tempo passou, como não obtivemos felicidade em escolhas anteriores, agora, mais amadurecidos, podemos tomar decisões mais acertadas.
Todas as experiências que a vida nos oferece se constituem em convite à renovação de atitudes, ao burilamento de ações.
A cada um de nós cabe, a partir do nosso livre-arbítrio, aproveitar o ensejo do progresso, ou adiar o momento de melhoria e crescimento.
Ninguém permanece indefinidamente no erro ou na maldade.
Haverá um tempo em que, nos defrontando com resultados infelizes, decidiremos acertar as contas com a contabilidade Divina.
Então, permitiremos que nossa luz se expanda, e a dividiremos com nossos irmãos de caminhada.
Será a retomada da jornada até o êxito.
Atendamos ao convite do Mestre: Brilhe a nossa luz. Sejamos o sal da Terra.
Redação do Momento Espírita
Em 23.9.2021.
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