A mente humana pode ser comparada a um grande escritório, dividido em diversas seções de serviço, em vários departamentos, cada um com sua função específica.
Podemos enfocar os quatro principais:
O departamento do desejo, em que se operam os propósitos e as aspirações da alma, acalentando o estímulo ao trabalho.
Ele nos projeta no futuro, naquilo que queremos realizar, vinculando nosso coração a um alvo, a uma meta.
A segunda seção é o departamento da inteligência, onde encontramos os patrimônios da evolução e da cultura, isto é, todas as conquistas do intelecto. Tudo que foi conquistado em nosso processo evolutivo na área intelectual.
O terceiro departamento é o da imaginação.
A responsabilidade dele é trabalhar as riquezas do ideal e da sensibilidade.
Ali está tudo aquilo que nos leva a abstrair, a dar um voo mais alto, a deixar, por vezes, a esfera acanhada de nossas atividades. Ali estão as conquistas da arte e do belo.
Por fim, temos a quarta divisão: o departamento da memória, cujo objetivo é arquivar todas as experiências do Espírito, ao longo das encarnações.
No entanto, toda organização, todo escritório, necessita de uma gerência.
Surge então, acima de todos eles, o gabinete da vontade.
A vontade é a gerência esclarecida e vigilante que governa todos os setores da ação mental. É a maior das potências da alma.
Nela dispomos do botão que decide o movimento ou a inércia da máquina.
Sem essa administração segura, sem essa gerência, os departamentos passam a correr grandes riscos, pois tendem a operar por conta própria, de acordo com seus entendimentos particulares.
A coordenação e a liderança da vontade garantem que todos os setores trabalhem em harmonia, sintonizados com um objetivo maior, cada um cumprindo sua função e todos vinculados ao mesmo fim.
Quando a vontade não cumpre seu papel, o desejo pode tomar conta e comprar enganosamente séculos e séculos de aflição e comprometimento.
Vemos isso quando somos dominados pelas paixões, pelos desejos do imediato, dos interesses transitórios.
Se a vontade está fragilizada, o departamento da inteligência pode se aprisionar à criminalidade. É o que vemos quando temos grandes inteligências ligadas a interesses mesquinhos e não ao bem, e não às realizações coletivas.
Assim também se dará quando o departamento da imaginação e da memória resolverem agir sem esse comando seguro da vontade. Eles se perdem, um podendo criar monstros na sombra e o outro caindo em relaxamento.
Só a vontade, como auréola da razão, tem capacidade e lucidez para gerenciar todos esses setores com sabedoria.
* * *
A vontade é, sem dúvida, a maior das potências da alma.
O poder da vontade é ilimitado. O homem, consciente de si mesmo, de seus recursos latentes, sente crescerem suas forças na razão dos esforços.
Sabe que tudo o que de bem e bom desejar há de, mais cedo ou mais tarde, realizar-se inevitavelmente, ou na atualidade ou na série das suas existências, quando seu pensamento se puser de acordo com a lei divina.
E é nisso que se verifica a palavra celeste: "A fé transporta montanhas."
Redação do Momento Espírita, com base no cap II, do livro Pensamento e Vida,
pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier e no cap. XX,
da parte terceira, do livro O problema do ser, do destino e da dor, de Léon Denis,
ambos ed. FEB.
Em 24.8.2021.
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