A declaração de um astronauta da Arábia Saudita, descrevendo o efeito na tripulação, na primeira viagem ao espaço, nos chamou a atenção:
Nos dois primeiros dias, apontávamos para nossos países.
No terceiro e quarto, estávamos apontando para nossos continentes. Quando chegamos ao quinto dia, só percebíamos a Terra.
De imediato, nossa mente recordou de tantas coisas lidas a respeito da nossa visão de mundo. De tantos convites de filósofos e religiosos, no sentido de que se busque olhar a nossa vida, de um ponto mais alto.
Realmente, tudo muda de perspectiva. Quando estamos no meio de um problema, a impressão que temos é de que nunca conseguiremos sair dele.
Sentimo-nos como que envolvidos em uma rede muito bem tecida, que não nos permite saída.
No entanto, quando nossa visão se faz de um ponto mais alto, descobrimos que a vida não é somente aquele problema.
Ela é feita de muitos e poucos nadas, que fazem a grande diferença.
Olhando do alto, deixamos de perceber somente o ponto obscuro e esmagador.
Descobrimos que temos, ao nosso lado, preciosidades que devemos preservar, pelas quais devemos zelar.
O filho pequeno que brinca na sala, que corre, pula no sofá, nos enlaça fortemente e fala: Amo você!
Ele faz muita bagunça. Mas que maravilha é a bagunça dele, com brinquedos espalhados no chão da sala.
Descobrimos que temos o amor de nossos pais, mesmo avançados em anos, mas que nos admiram e diariamente nos endereçam as suas bênçãos, em nome de um Deus todo Poder, Bondade e Justiça.
Descobrimos que temos um lar, minúsculo que seja, mas onde abrigamos nossos amores, onde nos aglomeramos, entre móveis, livros, pequenos pertences que fazem a nossa felicidade.
Temos a faculdade de ver, ouvir, sentir. Sabemos ler, o que nos permite descobrir os extraordinários encantos de um mundo e de um Universo cheio de surpresas, de coisas inacreditáveis, em termos de diversidade.
Descobrimos... que somos um filho de Deus, colocado neste mundo para progredir, para trabalhar, para aprender, para lutar.
Descobrimos que temos um propósito na vida, que pode ser viver mais um dia, simplesmente, ou ser responsável por outras vidas, ou fazer algo útil, ou transformar as horas seguintes de alguém em algo fantástico.
Somos um ser humano, criado à imagem e semelhança de um Criador Onipotente, portanto, podemos muito.
Podemos nos erguer e prosseguir lutando, contra o desânimo, contra a pandemia, reunindo forças que nos restam.
Estamos vivos! Onde quer que estejamos, deixemos que nossas pálpebras se fechem. Fiquemos cientes de onde nos encontramos.
Ouçamos os sons que nos rodeiam. No silêncio, até o voar de um inseto podemos perceber.
Sintamos os cheiros que nos alcançam. A poeira do dia ou da terra que acabou de ser regada pela chuva.
Sintamos a temperatura: calor, frio.
Tornemos a abrir os olhos e percebamos de quanta riqueza desfrutamos.
Estamos vivos! Vivamos este dia!
A luta prossegue, mas somos filhos de Deus, que nascemos para sermos vencedores.
Recordemos sempre disso.
Redação do Momento Espírita
Em 20.8.2021.
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