Quem conta a história é uma jovem que, no intuito de auxiliar a sogra, foi até a página de uma determinada marca de cosméticos e escreveu:
Fui à casa de minha sogra com uma missão que partiu meu coração: levar os pertences de meu cunhado, morto no dia 4 de março, levado pela COVID.
Cheguei em sua casa amarela, florida, cheirosa e vi dona Wanda muito triste.
Ela chorava, enquanto segurava um vidro, que tinha um mínimo de perfume no seu interior. Eu sabia que a partida do filho destroçara aquele coração de mãe.
Dona Wanda disse que aquele frasco de perfume era seu maior tesouro. E confessou: "Esse perfume era o favorito de Alexandre. Eu só o usava quando ele vinha me visitar porque ele dizia que esse perfume tinha cheiro de mãe."
O intuito da nora era comprar um ou mais vidros do tal perfume: Anette. No entanto, descobriu que ele não era mais fabricado, motivo pelo qual se dispôs a escrever para a empresa, perguntando se não poderia, quem sabe, fazer uma edição limitada.
O que recebeu como resposta, endereçada para a sua sogra foi inusitada. Uma carta escrita de próprio punho do fundador da empresa.
Em síntese, dizia ter tomado conhecimento do significado do perfume para ela.
Informava que, com o apoio da equipe, seriam fabricadas algumas unidades especialmente para o seu coração de mãe.
Finalmente, falava da importância do perfume para si mesmo. Ele fora criado por ocasião do nascimento da sua primeira filha, Annete.
* * *
Um perfume conectando duas vidas. Um celebra a vida que vem para a Terra.
A outra recorda quem partiu para a vida espiritual. Para cada um, no entanto, o mesmo significado: amor.
Amor de pai, amor de mãe.
Louve-se o empresário que entendeu o coração materno, esfacelado pela ausência do filho e providencia algo que possa amenizar a dor da sua saudade.
Ou eternizar uma perfumada lembrança.
Isso se chama empatia. Sentir a emoção do outro, o sentimento que lhe vai na alma e não discutir se é bom ou ruim.
Simplesmente reconfortar um coração de mãe que poderá utilizar o perfume, muitas vezes, para lembrar as doces carícias do filho.
Afinal, cada qual tem sua própria forma de lembrar, de recordar.
* * *
Possivelmente, os que temos a certeza da vida após a vida, estejamos a pensar que não precisamos de perfume ou coisa alguma para lembrar a quem amamos e se foi.
No entanto, nesses tempos de tanta dor, quando a pandemia ceifa vidas, sem piedade, deixando mães e esposas em luto, filhos órfãos, o que importa é a compaixão.
Compaixão para quem sofre a ausência, para quem tem dificuldades para se adaptar à nova realidade.
Por isso, lembremos de orar por essas criaturas, enviemos a elas o frescor das rosas e dos lírios da nossa oração, desejando que se sintam envolvidas pelas benesses espirituais.
Vibremos pela paz, pela serenidade desses que sofrem o decepar das suas esperanças de ter o filho querido nos braços, ou o esposo, o irmão, alguém amado.
Para todos os corações sofridos, desejemos que o Celeste Jardineiro os envolva no doce perfume da sua paz, amenizando-lhes as dores das ausências físicas.
Oremos.
Redação do Momento Espírita, com base
em dados da revistaglamour.globo.com.
Em 16.7.2021.
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