Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Imensidões siderais

Como alguém pode postar-se diante de tudo isso e não se sentir grande?

Como pode não perceber sua própria imensidão?

Como alguém pode postar-se diante do Universo e não se sentir parte?

Somos astros em inevitável ascendência.

Luzes que se acendem conforme vão desvendando sua própria essência e conhecendo seu amor nuclear.

Não importa onde estejamos no Universo.

Mesmo a imensidão não nos define - impossível definir o infinito.

A imensidão é apenas nosso profundo reconhecimento de grandeza, filiação e gratidão.

*   *   *

Que nosso Espírito se lance ao espaço e veja rolar diante de si o mecanismo gigantesco - mundos e mundos, sistemas após sistemas, na infinita sucessão de Universos estrelados.

Ouçamos, como Pitágoras, as harmonias siderais nas amplas e rápidas revoluções das esferas. Contemplemos, na sua realidade, os movimentos simultaneamente acelerados e regulares que realizam.

Observemos que uma Lei suprema, universal, dirige esses mundos.

A Via Láctea desenrola, como uma faixa imensa, suas milhares de estrelas, tão comprimidas, tão longínquas que parecem formar uma massa contínua.

Por toda a parte, à medida que a noite se torna mais negra, outras estrelas aparecem, outras chamas se acendem como lâmpadas suspensas no santuário divino.

Através das profundezas insondáveis, esses mundos permutam seus raios prateados. Eles nos impressionam à distância e nos falam uma linguagem muda.

Eles não brilham com o mesmo esplendor, e a potente Sírius não pode ser comparada à longínqua Capela.

Suas vibrações levam séculos para chegar até nós, e cada um de seus raios é como um canto, uma melodia, uma voz penetrante.

Esses cantos se resumem assim: Nós, também, somos focos de vida, de sofrimento e de evolução. Almas, aos milhares, efetuam em nós destinos semelhantes aos vossos.

Entretanto, nem todos possuem a mesma linguagem, pois uns são estadas de paz e de felicidade, e outros, mundos de luta, de expiação, de reparação pela dor.

Alguns, como que sussurram: Já te conhecemos, alma da imensidão, já estiveste gravitando nestas paragens...

Outros ainda proclamam: Te aguardamos, habitante sideral, de braços abertos, quando puderes aqui estar...

Assim, todas as estrelas nos cantam seu poema de vida e de amor, todas nos fazem ouvir uma evocação poderosa do passado ou do porvir.

Elas são as moradas da Casa de nosso Pai, as etapas, as soberbas balizas das estradas do infinito, e nós por aí passaremos, aí viveremos todos para, um dia, entrarmos na luz eterna e divina.

Um livro grandioso está aberto aos nossos olhos, e todo observador paciente pode ler nele a palavra do enigma, o segredo da vida eterna.

Espaços e mundos! Que maravilhas nos reservais?

Imensidões siderais, profundezas sem limites, dais a impressão da majestade divina. Em vós, por toda a parte e sempre, estão a harmonia, o esplendor, a beleza! Diante de vós, todos os orgulhos caem, todas as glórias tolas se desfazem, desaparecem.

Redação do Momento Espírita, com base no poema Imensidões siderais,
de Andrey Cechelero, no cap. II do livro Deus na Natureza, de
Camille Flammarion e no cap. X, do livro
O Grande Enigma,
de Léon Denis, ed. FEB.
Em 17.6.2021

 

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