A senhora chegou ao caixa da agência bancária, depois de ter ficado um certo tempo na fila preferencial.
Nada tão rápido, considerando-se que os idosos são em grande número e o atendimento às filas preferenciais é limitado.
Ela entregou o cartão para a jovem atendente e disse que desejava sacar cinquenta reais.
Foi-lhe dito que para isso deveria se dirigir ao caixa eletrônico, porque o saque mínimo nos caixas com atendente era de cem reais.
A senhora não se incomodou e disse, então, que iria sacar tudo que havia em sua conta corrente. Quando a caixa olhou o saldo existente, assustou-se: um milhão e trezentos mil reais.
Também não posso lhe fornecer esse valor, agora - tornou a informar. É um valor muito alto e é preciso agendar para fazer a retirada.
Paciente, a cliente indagou qual o maior valor que poderia sacar naquele momento.
Era três mil reais.
Então, por gentileza, dê-me três mil reais, tudo em notas de cinquenta.
Agora, a jovem, com outra disposição por descobrir o potencial econômico da pessoa à sua frente, com um sorriso, preparou o solicitado.
A senhora tomou do dinheiro todo, retirou apenas uma nota de cinquenta reais, colocou na bolsa, devolveu o restante para a caixa e pediu:
Por favor, deposite isso tudo em minha conta.
* * *
A presença de espírito dessa senhora causou espanto. Conseguiu o que desejava, sem sair da fila onde ficara por algum tempo, e sem criar qualquer rebuliço.
Em essência, ensinou uma grande lição. Primeiramente, que nunca se deve julgar alguém pela aparência.
O idoso que se apresenta vergado pelos anos, trajado sem muito atavio, pode ser o dedicado professor, o pai honrado, o escritor famoso, um detentor de muitas posses.
Todos nos devem merecer a mesma polidez, a mesma gentileza. Como um livro não deve ser julgado pela capa, não podemos estabelecer juízo a respeito de qualquer pessoa, pelo seu exterior.
A segunda lição que podemos extrair é de que regras existem para serem obedecidas.
São elas que garantem a disciplina, o bom andamento das atividades, das instituições.
No entanto, não podemos esquecer que as pessoas são mais importantes do que regras e do respeito que nos merecem aqueles que alcançaram a velhice.
Seria de nos indagarmos se algumas regras, em nossa sociedade, não deveriam merecer certa flexibilização, pensando-se mais nas pessoas, na atenção devida ao ser humano.
Nada é mais importante do que o ser humano. E quando nos vemos frente a alguém com os cabelos prateados pelo tempo, é momento de nos indagarmos: Quem é essa criatura?
O que fez? O que deu ao mundo?
Que tal pensarmos em quantos filhos essa pessoa gerou e educou? E em que se transformaram, servindo ao mundo?
Será a mãe de nosso professor, nosso médico, nosso advogado? Que terá padecido para vencer tantos dias, sobrepujando o desânimo, driblando a adversidade, derramando lágrimas e semeando sorrisos?
E pensemos: nesse idoso que passa, está um herdeiro do Universo, como você, como eu, como qualquer um de nós.
Redação do Momento Espírita, com base
em fato que circula pela internet.
Em 3.5.2021.
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