Quando olho o mundo e vejo pessoas tão devotadas ao bem, me pergunto: Por que não sou assim?
Por que não tenho essa vontade de me erguer e levantar uma bandeira por alguma ação solidária?
Vejo muitas crianças dando exemplos de altruísmo, de devotamento, de empatia com o sofrimento alheio.
Comemoram seus aniversários pedindo doações para terceiros, em vez de desejarem brinquedos e jogos para si mesmos.
Escrevem poesias, livros, cantam, dançam para alegrar a vida de outras pessoas.
Ante tanta bondade, me indago por que não tenho essa mesma disposição. Por que não brota em mim uma ideia que possa auxiliar o próximo? Por que não me sinto forte o bastante para iluminar o caminho de alguém?
O que me falta?
* * *
É possível que pensamentos semelhantes a esses, vez ou outra, povoem a nossa mente e nos consideremos pessoas de menos valia.
Não nos permitamos caminhar por essa via que somente nos levará a eventual tristeza, com possibilidade de migrarmos para uma depressão.
Podemos ser pessoas que ainda temos conflitos interiores. E, então, o que antes de mais nada precisamos fazer é lidar com eles.
Precisamos buscar auxílio terapêutico profissional e trabalharmos nossa intimidade.
Mas, aliado a esse valioso recurso, sirvamo-nos de outros tantos. Em primeiro lugar, lembremos do Pastor de nossas almas.
Aquele que está sempre atento para as dificuldades que se nos apresentem. Ele está a postos, de braços abertos e coração amoroso.
Basta que nos disponhamos a perceber o Seu auxílio. Precisamos descerrar as portas do coração para lhe sentir a presença.
Fechar os olhos e nos permitirmos ouvir na acústica da alma o Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados e eu vos aliviarei.
Quantos nos sentimos aflitos, pelo isolamento social que nos deixou distanciados de amigos, familiares, amores. Distanciamento que nos deixa com sede de abraços, de aconchego.
Uma imensa saudade.
Aflitos, quiçá, pelas questões que envolvem o sustento da família, o nosso próprio, a continuidade ou não na atividade profissional, ante o quadro da pandemia que parece não querer partir nunca.
Sim, estamos sobrecarregados de problemas, de dificuldades, parecendo-nos carregar o mundo sobre os ombros.
Então, deixemo-nos abraçar por esse Mestre de amor. Ele nos alimentará a alma e sossegará nossa mente.
Mais tranquilos, poderemos observar como nem tudo é tão negro quanto pensamos.
Podemos nos alimentar com reuniões virtuais, para ver os rostos amigos, sorrir, trocar ideias, sustentarmo-nos mutuamente.
Abraços os poderemos sentir a cada reencontro desses. Tanto quanto, se nos habituarmos a orar, sentiremos o bafejo de tantos que nos amam, da Espiritualidade.
Nosso anjo de guarda, amores que se foram, Espíritos amigos que se interessam por nossas vidas.
Portanto, promovamos nossa melhoria. Lavemos nossa alma com as vibrações da prece, alimentemos nossa mente com uma leitura edificante, uma música que emocione, que nos eleve.
Assim, quando nós mesmos nos sentirmos mais tranquilos, alimentados pelo pão da alma, olharemos para nossos irmãos de outra forma.
E, com certeza, nos disporemos a algo fazer em seu favor, hoje ainda, quem sabe...
Redação do Momento Espírita
Em 18.2.2021
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