Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as observa, será comparado a um homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha.
E desceu a chuva, vieram as torrentes, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa e ela não caiu; pois estava edificada sobre a rocha.
Mas todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as observa, será comparado a um homem néscio, que edificou a sua casa sobre a areia.
E desceu a chuva, vieram as torrentes, sopraram os ventos e bateram com ímpeto contra aquela casa, e ela caiu; e foi grande a sua ruína.
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A alegoria proposta por Jesus é magnífica. Quem quer construir um bom edifício, de duração e que possa, pela sua solidez, resistir às intempéries, procura um bom terreno, cava alicerces, bate e assenta sobre esses alicerces uma base de pedras para que os alicerces suportem o peso da casa.
Só depois é que ergue as paredes e conclui o prédio.
Outros há que não fazem questão de terreno, nem de alicerces. Constroem em qualquer lugar e até mesmo sem alicerces.
Essas casas não oferecem garantia e se tornam perigosas aos moradores.
Pensando nisso, importante se faz perguntar a nós mesmos: Sobre que terreno temos edificado a vida, nossas crenças, nossos valores?
Quem tem edificado sua existência sobre o terreno do materialismo alucinante, do consumismo sem limites, do gozo inconsequente, está fadado a ter sua casa em ruínas.
Tais bases não são suficientes para suportar o peso das aflições, das tormentas imprevisíveis dos dias.
Tais alicerces são como areia movediça, que quanto mais se agita, mais instável e liquefeita se torna.
No entanto, quem tem erguido sua evolução apoiada no solo seguro da vida verdadeira, da vida espiritual, tem mais capacidade de se ajustar aos abalos naturais dos tempos presentes.
Não deixa de sentir os tremores de terra, os vendavais ameaçadores, mas por estar assentado num solo firme, mantém-se de pé.
Assim, vejamos como os valores da aparência, da vaidade, dos ganhos fáceis e das vantagens, têm levado o mundo à sua derrocada.
Nos momentos de gozo e de aparente júbilo, nas épocas de calmaria, as casas construídas sobre a areia nos dão a falsa dimensão de que estão seguras.
Entretanto, basta um vento mais forte, uma adversidade qualquer, que tudo ameaça vir abaixo.
Isso explica o grande número de corações destroçados, os inúmeros ansiosos e inseguros, as incontáveis almas vazias.
Vivemos a era da ansiedade, da depressão, do suicídio, desencadeada por casas-almas em processo de desabamento.
Fundamental se faz que possamos rever nossas bases, que possamos nos desconstruir, se necessário, e nos reconstruirmos.
Não há vergonha em modificar nossa forma de pensar e de agir. Não há vergonha em redefinirmos a própria maneira de viver, elegendo valores significativos, verdadeiros.
Deixemos para trás os terrenos arenosos e busquemos a rocha segura sobre a qual construiremos nossa felicidade definitiva.
Ainda é tempo. Os dias se renovam, permitindo-nos a alteração do caminho.
Pensemos a respeito.
Redação do Momento Espírita, com base no cap.
Os dois fundamentos, do livro Parábolas e Ensinos
de Jesus, de Cairbar Schutel, ed. O Clarim.
Em 1º.2.2021.
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