A madrugada se vestiu de luzes e saiu a caminhar, para receber o dia. Um dia diferente.
Um dia em que a Humanidade comemora a entrada de um novo ano.
Sim, o tempo, em verdade, é somente a sucessão das coisas transitórias. Uma convenção.
Tivemos tantos calendários, ao longo das eras. O calendário maia, que se acredita datar do século VI a.C.
O calendário islâmico, criado em 633 depois do nascimento de Cristo, quando o profeta Maomé fugiu da cidade de Meca para Medina.
O calendário judaico, surgido na época do êxodo, por volta de 1447 antes de Jesus.
O calendário juliano, em homenagem ao imperador romano Caio Júlio César. Agosto era, então, o sexto mês do ano. Por isso chamado sextilis. A história da mudança vem de longe, do império romano.
Tem ingredientes de poder e de inveja. O imperador Otávio Augusto conquistou três vitórias nesse mês. Como auto-homenagem, nomeou-o com o próprio nome, Augustus.
Mas, havia um senão. Sextilis só tinha trinta dias. Julho, cujo nome reverencia Júlio César, tinha trinta e um. Para não ficar atrás, o imperador apoderou-se de um dia de outro mês. É por isso que julho e agosto são os únicos meses consecutivos com trinta e um dias.
Finalmente, o nosso atual calendário, o gregoriano, de origem europeia, que é o utilizado, oficialmente, pela maioria dos países.
Promulgado pelo papa Gregório XIII, substituiu o juliano, entrando em vigor em 15 de outubro de 1582, depois de cinco anos de estudos.
Isso nos dá uma pálida ideia de quanto o tempo é realmente uma convenção.
Contudo, para a grande maioria da Humanidade, que o adota, o dia 1º de janeiro assinala o início de um novo ciclo. Um ciclo de doze meses, basicamente com trezentos e sessenta e cinco dias.
Exceção única dos anos bissextos, que ocorrem a cada quatro anos, com o objetivo de manter o calendário anual ajustado com a translação da Terra e com os eventos relacionados às estações do ano.
De toda forma, o que importa é que esse novo início se reveste de muita comemoração.
É momento de se fazer propósitos para os próximos doze meses. Propósitos pessoais e coletivos.
É momento de se planejar coisas importantes para as nossas vidas: a colação de grau universitário, a entrada no mercado de trabalho, o casamento, a geração de um filho...
Ou um aniversário especial em nossas vidas. Aqueles que costumamos destacar, ainda e sempre por convenção social ou decisão pessoal: quinze anos, cinquenta anos, noventa anos.
Datas significativas.
Neste ano, que apenas esboça a sua presença, que está amanhecendo agora, nos ofertando o céu azul de novas possibilidades de progresso e crescimento, agradeçamos a Deus.
Agradeçamos pela vida, pela saúde, pelo lar, pelos familiares, pelos amigos. Pelo que tivermos. Mesmo que seja somente a presença dedicada de um cão.
Novo ano. Tempo de agradecer. Tempo de começar a executar o nosso novo plano de vida.
Um plano que contenha aquisição de títulos de nobreza, de melhoria pessoal, moral, intelectual.
Um plano que nos diga que, a partir de agora, colocaremos em prática a nossa mais especial qualidade: ser humano.
Humano, de humanidade, de amante da paz, da fraterna convivência, do auxílio solidário.
Ano Novo! Novo ano! Sejamos felizes.
Redação do Momento Espírita.
Em 1º.1.2021.
Escute o áudio deste texto