A Divindade nos oferece, continuamente, possibilidades e recursos.
Um desses mecanismos é a inteligência. Poucos de nós percebemos o quanto ela impacta a nossa vida.
Através de cientistas, pensadores, filósofos, engenheiros, surgem novas descobertas e conquistas nos mais variados campos.
Pode ser o medicamento que diminui as dores. Ou a proposta filosófica que provoca reflexão e mudança na sociedade. Ou a tecnologia que facilita a vida.
São todas expressões da inteligência, que impulsionam o progresso e vão construindo o que o sociólogo alemão, Norbert Elias, chama de processo civilizador.
É natural que o fruto do uso da inteligência colabore no enriquecimento daqueles que a possuem.
Nada errado nisso, pois a geração de riquezas está prevista nos códigos divinos, considerando a diversidade de capacidades de cada um.
Alguns têm mais competências e melhores condições sociais. Poderão conquistar, dessa forma, mais bens materiais que outros.
Porém, se a riqueza está nos códigos divinos, a miséria não é fatalidade. Nem pode ser vista como resultado natural de nossa estrutura social.
Não se pode ter um olhar de naturalidade sobre a fome e a miséria que se abatem sobre os indivíduos.
A riqueza mal distribuída é fruto do nosso egoísmo, gerando muitos males.
Em uma sociedade moralmente organizada, ninguém deve morrer à fome.
Ter riquezas não é incorreto. O indivíduo tem o direito de lutar e trabalhar para conquistar bens.
E toda riqueza conquistada sem prejuízo a outrem, é lícita e justificada.
Será também a riqueza que dará a oportunidade de promoção do bem-estar social, gerando empregos, oferecendo melhores condições àqueles menos aquinhoados.
Com ela, em nossas mãos, podemos melhorar as condições de educação, de moradia e de saúde. Estimular a promoção social, extinguindo a miséria onde ela exista.
Cabe a cada um de nós fazer a sua parte.
Os bens que consigamos amealhar, a riqueza material que já dispomos, podem promover o nosso bem-estar e daqueles a quem amamos.
Mas, também poderão extrapolar os círculos mais próximos e beneficiar o desconhecido que ainda não tem o mínimo necessário.
Se dispomos mais do que o necessário, estamos em condições de compartilhar a fim de mitigar condições miseráveis.
Extrapolar nossa preocupação além dos nossos afeiçoados, encaminhando os recursos financeiros que dispomos para outros, é exercício de solidariedade, favorecendo a eliminação do egoísmo.
Assim, se percebemos as necessidades na comunidade em que vivemos, façamos a nossa parte.
Não importa quanto possamos dispor. Importa é que façamos a nossa parte.
Se não podemos solucionar os maiores problemas, que possamos ao menos aliviar as dores da vida de alguém.
Será o esforço pessoal em diminuir o nosso egoísmo que irá construir uma sociedade mais justa, onde a miséria e a fome não mais terão lugar.
Pensemos a respeito e cumpramos a nossa parte.
Redação do Momento Espírita.
Em 26.11.2020
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