Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone Instrumento sem igual

Ao contemplarmos o panorama artístico, constatamos muitas lacunas. São bailarinos, cantores, músicos, poetas que se foram, demandando o Grande Além.

Muitos deles, de forma prematura, levados pelo uso excessivo de drogas ou vida desregrada, que lhes custaram dores e o retorno à pátria espiritual, no auge das suas carreiras.

Sentimos falta deles. Falta das piruetas no palco, em que pairavam no ar por segundos. Falta dos passos ritmados, acompanhando a música magistral de grandes compositores.

Vídeos antigos nos fazem relembrar da sua graça, da sua leveza, do corpo dominando maravilhosa técnica.

Imaginamos quanto treinaram para atingir aquela quase perfeição de passos, de gestos, imitando borboletas que voejam no jardim...

Lembramo-los com saudade. E pensamos quanto mais poderiam ter nos ofertado da sua arte, se não houvessem deixado a Terra tão precocemente.

As saudades falam alto em nosso coração.

Também de cantores cuja voz nos encantava. O domínio de público, que conseguia que a multidão lhes obedecesse ao comando, formasse coro com eles, vibrasse junto.

As gravações no-los trazem à memória de forma mais intensa. Mas, constatamos que a sua permanência entre nós poderia ter feito a diferença maior no mundo.

Quem encanta com sua arte, inebria a alma de quem os assiste, os ouve.

Uma canção pode nos levar às alturas, nos aliviar a dor que teima em nos machucar a alma, nos permitir que lágrimas rolem por nossas faces, aliviando a tensão interna.

Quem acompanha a música com seus passos e gestos, enchendo nossos olhos de beleza e encantamento, tem o condão de nos transportar, por minutos que sejam, a um patamar mais elevado, próprio da arte.

Lamentamos suas ausências. Prezaríamos houvessem permanecido conosco um tanto mais. Poderia assim ter sido, não tivessem, por problemas próprios, esquecido de cuidar com esmero da máquina física.

Oramos por eles, manifestando a nossa gratidão. E desejando lhes alcançar os Espíritos, onde quer que se encontrem. Merecem nossas melhores e mais intensas vibrações.

*   *   *

Cuidar do corpo. Tão importante quanto cuidar do Espírito. Porque o corpo é o nosso instrumento de trabalho, nossa enxada, nosso trator, nosso cinzel.

É ele que o Espírito comanda. É ele que nos permite a atuação na Terra, ensinando, construindo, produzindo.

É o nosso cérebro, iluminado pela mente, que produz peças de literatura, obras na arquitetura, na engenharia, nas ciências.

São nossas mãos que compõem telas de beleza ímpar. São nossas mãos que erguem o mundo novo, que acalentam os bebês, que acolhem os amores.

São nossos pés que nos levam a andar ao encontro do outro.

São nossos olhos que contemplam o abismo enquanto o cérebro elabora a ponte que concretizaremos, logo mais, materialmente.

São nossos ouvidos que ouvem a chuva no telhado, a gota d'água que bate na calha e nos oportunizam compor melodias que lhes reproduzem os sons.

Nosso corpo. Ferramenta. Instrumento de trabalho. Compete-nos preservá-lo, a fim de que nos permita a mais longa execução do planejamento para o qual retornamos a este planeta.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita.
Em 27.10.2020.

 

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