Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Homenagem à vida

Sua voz encanta. Sua presença no palco emociona. Ele atrai multidões para os seus concertos, shows, mas não os vê.

O que lhe atesta a presença das pessoas são os aplausos que ouve e o fazem sorrir.

Em plena pandemia, realizou uma live na Catedral de Milão totalmente vazia. Ele chamou de Música pela esperança.

Esperança de que o mundo melhore, de que a pandemia seja controlada, de que as pessoas sejam felizes.

Todo ano, em julho, verão europeu, ele realiza um grande show no Teatro do Silêncio, espaço a céu aberto, construído por sua iniciativa, em sua cidade natal, Lajatico, na região da Toscana.

O agendado para 2020 não se realizou, em virtude da decretação do isolamento social.

Mas ele se apresentou para uma plateia de bandeiras de todas as nações do mundo.

O Teatro do Silêncio vive. - Disse ele. Vive no imaginário e na esperança de dezenas de milhares de espectadores que esperam por 2021.

O público maravilhoso está aqui, encarnado nas bandeiras multicolores de todo o mundo.

Foram cinco músicas, iniciando por uma prece à mãe de Jesus, Ave, Maria e concluindo com um hino de amor à sua pátria.

Os que nos habituamos a aplaudi-lo e que temos sido privilegiados com suas apresentações, talvez não saibamos que o mundo esteve muito próximo de jamais tê-lo entre nós.

Em uma entrevista a um canal de televisão, sua mãe revelou que, quando estava grávida, os médicos lhe recomendaram abortar.

O próprio Andrea, em um vídeo, narra que sua mãe chegou ao hospital com fortes dores no ventre. Tratava-se de apendicite mas ela teve aplicado gelo sobre o abdômen.

Depois, os médicos a aconselharam abortar o filho que gestava porque ele nasceria com doença congênita. Jovem, Edi optou por ter a criança, que nasceu com glaucoma.

A perda total da visão viria aos doze anos, depois de sofrer um golpe na cabeça, divertindo-se em um jogo de futebol.

O agradecimento do tenor italiano à sua mãe é surpreendente. Por isso, diz ele, luta e é a favor da vida.

Narra esse fato para que sirva de encorajamento a outras mulheres que possam vir a se encontrar em situação semelhante.

Ele agradece por ter vindo ao mundo. E todos nós agradecemos àquela jovem esposa que optou pela vida e nos deu o tenor, compositor e produtor italiano.

Que bela voz teria perdido o mundo sem a sua presença.

  *   *   *

A vida é assim. Quando não somos nada além de um embrião, de um feto, quem pode imaginar o que seremos. Que contribuição viremos a dar ao mundo.

Poderemos vir para encantá-lo com nossa arte musical, com nossos discursos ou com nossos poemas.

Alguém que reformule conceitos na arquitetura, na engenharia.

Poderemos ser um embaixador da paz, um cientista que realize descobertas. Alguém que contribua, revolucionando tratamentos de doenças graves.

Um médico anônimo servindo no front da enfermidade, lutando contra a morte, por seus pacientes.

Poderemos ser, simplesmente, um homem ou uma mulher de bem, fazendo a diferença no mundo.

Um pai, uma mãe que ofertarão sua prole ao mundo, educada, operosa, tornando melhor este planeta.

A vida nos merece homenagens.

 Redação do Momento Espírita, com base em entrevista de
Edi Aringhieri, no programa televisivo
Domenica In,
Transmitido pelo
Canal RAI1, em janeiro de 2018.
Em 5.10.2020.

 

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