Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone Sinal dos céus

Por vezes, em nossa vida, nos sentimos como se estivéssemos em uma encruzilhada.

Vários caminhos se apresentam à nossa frente e não conseguimos nos decidir qual deles devemos tomar.

Nessa hora é comum desejarmos que algo inesperado aconteça. Algo como um sinal dos céus que nos auxilie a definir nossa escolha.

Em verdade, ele sempre se manifesta. Uma ideia nos surge, de repente, como que inspirada, vinda de algum lugar.

Ou um acontecimento nos envolve, levando-nos a nos decidirmos por uma ou outra estrada.

Acontece que, nem sempre, esse sinal dos céus pelo qual rogamos nos aponta alguma direção, que nos seja agradável.

Por isso mesmo o desconsideramos e caminhamos na direção contrária. Convenhamos, nem sempre a melhor, nem a mais acertada, ou ética, ou coerente.

Isso nos recorda que o professor de neurologia Viktor Frankl, que vivia na Áustria, assistiu à invasão nazista, com todas as suas amargas consequências.

Esperando há anos por um visto para viajar para os Estados Unidos, de forma inesperada, foi convocado a comparecer ao Consulado para receber a autorização.

Foi então que sua mente começou a fervilhar. Teria ele o direito de ir embora de seu país, deixando sozinhos os seus pais, exatamente naquele período nevrálgico?

Que destino os aguardaria senão a deportação e o campo de concentração?

Indeciso, resolveu sair para caminhar. Foi então que pensou que aquela era uma ocasião em que um sinal dos céus era tudo de que ele precisava.

Quando voltou para casa, viu um pedaço de mármore sobre uma mesa. Seu pai o encontrara em um monte de destroços, onde antes se erguia a sinagoga, agora queimada.

A pedra era parte das tábuas dos Dez Mandamentos. Tinha uma letra cinzelada e seu pai, de forma inesperada, lhe disse que sabia exatamente a qual mandamento pertencia aquela letra hebraica.

Isso porque só havia um mandamento com aquela inicial, que era: Honra teu pai e tua mãe para que se prolonguem os teus dias na Terra.

Frankl reconheceu que aquele era o sinal dos céus que ele pedira. Resolveu ficar em sua Terra, junto dos seus pais.

O visto para a viagem aos Estados Unidos caducou. Ele foi aprisionado e ficou três anos em campos de concentração, nas situações mais adversas.

Submetido a trabalhos forçados em escavações e construções de ferrovias, ao ser libertado pesava apenas vinte e cinco quilos.

Perdeu sua esposa. Seu pai morreu de exaustão e sua mãe foi enviada para a câmara de gás.

Mas, ele atendera ao sinal que lhe fora enviado. Atendera à piedade filial, que estabelece que ao amor se devem juntar o respeito, as atenções.

A obrigação que implica de se cumprir com eles, de modo ainda mais rigoroso, tudo o que a caridade ordena em relação ao próximo.

Viktor Frankl fez sua escolha. Um exemplo que nos merece reflexões e algumas indagações pessoais: Como temos nos comportado em relação aos nossos pais?

Como temos recebido as intuições que nos chegam, alertando-nos de deveres a cumprir, de tarefas a executar?

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita, com citação do item 3,
 do cap. XIV, do livro
O Evangelho segundo o Espiritismo,
 de Allan Kardec,  ed. FEB.
Em 22.9.2020.

 

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