Quanto
vale a sua vida? Você já parou para pensar o que aconteceria
se, de repente, você descobrisse que é portador de uma
enfermidade que o pode conduzir para a morte, em breve tempo?
Foi
uma situação dessas que aconteceu com um executivo que durante
29 anos somente viveu para o trabalho. As suas jornadas eram de
15 a 16 horas diárias. Férias de 30 dias, jamais!
Então,
veio um dia e uma noite de febre. Ele foi ao médico que
diagnosticou nada além de sintomas de gripe, mas a febre
persistia. Exames mais acurados apontaram a possibilidade de ele
ser portador de uma grave doença no pulmão.
O
executivo descreve sua surpresa e suas decisões assim: “é
impressionante como a vida da gente pode mudar de sentido com
uma simples radiografia. O profissional seguro, acostumado a
liderar grandes equipes, estava agora à mercê dos médicos,
dos exames clínicos e, de Deus.”
Uma
forte crise renal aconteceu em seguida e ele viu sua vida toda
passar pela mente em minutos.
Medo
de deixar de viver era o que sentia. Queria continuar vivo para
ver seu primeiro filho se formar em medicina. E ele estava
apenas no segundo ano. Queria ver o segundo filho entrar na
universidade. Ele nem vestibular havia feito ainda.
Vinte
dias depois, finalmente veio o diagnóstico. O problema do pulmão
não era maligno e ele poderia se tratar no ambulatório. No período
em que aguardava o resultado da biópsia a que se submetera, ele
aprendeu muito sobre muitas pessoas e o carinho que elas tinham
por ele.
Uma
funcionária veio lhe dizer que sua mãe estava orando por ele.
Seu gerente lhe falou que sua mãe também estava orando muito
pelo seu restabelecimento. E ele nem a conhecia. Mas ela estava
orando porque ele fora bom para seu filho, um dia.
O
executivo descobriu finalmente que a mulher com a qual estava
casado há vinte anos era muito mais forte do que ele supunha.
Enquanto ele se abalou, ela se manteve de ânimo firme,
incentivando-o a crer e esperar o melhor. E ela mesma deu a notícia
da enfermidade do pai para os garotos.
Depois
de tudo o que passou, o executivo mudou a sua forma de viver.
Acredita que Deus lhe deu um grande presente, ensinando-lhe a
verdadeira importância de viver o dia-a-dia, de curtir a família
e os amigos, de cuidar da saúde e, de trabalhar com prazer.
Hoje,
na condição de professor, ele se envolve com os alunos muito
além da sala de aula. Aprendeu a gostar da chuva e de brincar
com seu cachorro.
Passou
a dar valor, de fato, à família e aos amigos.
Passou
a dividir as tarefas com seus colaboradores, em vez de ser
centralizador.
E
concluiu, em seu depoimento: ”quero viver cada minuto como se
fosse o último, já que dessa experiência ficou a impressão
de que, na hora do aDeus, só restarão os arrependimentos pelo
que deixamos de fazer.
Espero
que essa mudança seja perene. Deus me permita aproveitar todo
minuto como único, o trabalho como diversão, os amigos com
paixão, minha mulher e meus filhos como verdadeiro elixir da
longevidade.
E
então? Quanto vale a sua vida?
Não
espere adoecer para descobrir que a saúde é precioso talento,
que a família é um tesouro, e os amigos, jóias raras.
Pense
nisso. Comece desde agora a viver com intensidade, desfrutando
de todas as oportunidades.
Não
trabalhe somente para produzir, ganhar e crescer. Lembre-se que
o crescimento vem do prazer de realizar.
E,
num dia de 24 horas, não esqueça de reservar ao menos 40
minutos para exercícios de abraços, beijos e outras delicadas
demonstrações de carinho.
Fonte:
Revista Exame – agosto/2000 – A segunda chance