Muitas vezes costumamos nos decepcionar com as preces que fazemos. Pedimos alguma coisa em nossas preces e a resposta nunca chega.
Então, perdemos a confiança em Deus.
O que, não raro, acontece, é que a resposta chega, mas não a compreendemos, por pensarmos que ela tenha que vir conforme o nosso pedido.
Acontece que o Criador sabe o que é melhor para nós.
A respeito disso existe uma antiga lenda.
Em grande bosque da Ásia menor, três árvores ainda jovens pediram a Deus lhes concedesse destinos gloriosos e diferentes.
A primeira explicou que aspirava a ser empregada no trono do mais alto soberano da Terra.
Após ouvi-la, a segunda declarou que desejava ser utilizada na construção do carro que transportasse os tesouros desse rei poderoso, e a terceira, por último, disse então que almejava transformar-se numa torre, nos domínios desse potentado, para indicar o caminho do céu.
Depois das preces formuladas, um mensageiro angélico desceu à mata e avisou que o Todo-Misericordioso lhes recebera as rogativas e lhes atenderia às petições.
Decorrido muito tempo, lenhadores invadiram o horto selvagem e as árvores, com grande pesar de todas as plantas circunvizinhas, foram reduzidas a troncos, despidos por mãos cruéis.
Arrastadas para fora do ambiente familiar, ainda mesmo com os braços decepados, elas confiaram nas promessas do Supremo Senhor e se deixaram conduzir com paciência e humildade.
Qual não lhes foi, porém, a aflitiva surpresa!
Depois de muitas viagens, a primeira caiu sob o poder de um criador de animais que, de imediato, mandou convertê-la num grande cocho destinado à alimentação de carneiros.
A segunda foi adquirida por um velho praiano que construía barcos por encomenda e a terceira foi comprada e recolhida para servir, em momento oportuno, numa cela de malfeitores.
As árvores amigas, conquanto separadas e sofredoras, não deixaram de acreditar na mensagem de Deus e obedeceram, sem queixas, às ordens inesperadas que as Leis da vida lhes impunham...
No bosque, contudo, as outras plantas tinham perdido a fé no valor da oração, quando, transcorridos muitos anos, vieram a saber que as três árvores haviam obtido as concessões gloriosas solicitadas...
A primeira, forrada de panos singelos, recebera Jesus das mãos de Maria de Nazaré, servindo de berço ao Dirigente mais Alto do mundo.
A segunda, trabalhando com pescadores, na forma de uma barca valente e pobre, fora o veículo de que Jesus Se utilizou para transmitir sobre as águas muitos dos Seus mais belos ensinamentos.
E a terceira, convertida apressadamente numa cruz em Jerusalém, seguira com Ele, o Senhor, para o monte e, ali, valorosa, guardara-Lhe o coração torturado, mas repleto de amor no extremo sacrifício, indicando o verdadeiro caminho do Reino Celestial...
* * *
Todos nós podemos endereçar a Deus, em qualquer parte e em qualquer tempo, as mais variadas preces. No entanto, precisamos cultivar paciência e humildade para esperar e compreender as respostas de Deus.
Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita com base no cap. 2 do
livro Cartas e crônicas, pelo Espírito Irmão X, psicografia de
Francisco Cândido Xavier e no item 7 do cap. XXVII de
OEvangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec,
ambos da ed. Feb.
Em 28.06.2010.