Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Nossas muralhas

Data dos anos 220 e 206 a.C. a construção da mais famosa muralha, pelo primeiro Imperador da China. No século VII a.C. outras tantas foram sendo construídas.

Mais tarde, unidas e tornadas maiores e mais fortes, se tornaram a Grande Muralha da China, cujo objetivo era proteger os Estados e Impérios chineses das invasões dos nômades, principalmente os mongóis.

Uma pesquisa arqueológica informa que a muralha completa, com todos os seus ramos, mede vinte e um mil quilômetros. É uma série de fortificações, feitas de pedra, tijolo, terra compactada, madeira e outros materiais.

O muro da cidade de Jericó, que data de oito mil anos a.C., era igualmente um muro de defesa.

No período medieval, multiplicaram-se as cidades protegidas por altos muros.

Serviam como proteção contra ataques inimigos. Soldados permaneciam atentos, nas torres de vigia, para descobrir eventuais invasores, a longa distância.

Dessa forma, nos acreditávamo-nos protegidos.

Quanto mais fortes e altas as muralhas, mais segurança pensávamos ter.

No entanto, o tempo e a História nos demonstraram como estávamos equivocados.

A extensa Muralha da China, a partir do Século XVII, perdeu sua utilidade, com a expansão do território pelos manchus. Deixou de ser reconstruída, reformada.

O livro bíblico de Josué, que substituiu o legislador Moisés, na liderança do povo hebreu, nos relata a queda dos muros de Jericó.

E a consequente conquista da cidade.

As muralhas de Jerusalém foram destruídas pelo menos três vezes.

Todas as muralhas, originalmente construídas para proteger as cidades, perderam sua capacidade defensiva.

Hoje se tornaram atrações turísticas. Aprendemos que era preciso abrir portões para as relações entre as nações.

Aprendemos a importância da visitação pública, de gente de todos os recantos porque elas nos enriquecem, de várias formas.

O interessante nisso tudo é que abrimos portões nos muros fortificados para possibilitar a visitação, para o apreciar da paisagem, mas esquecemos de baixar nossos muros íntimos.

Com isso, nos isolamos do mundo, das pessoas que consideramos indesejáveis, das que nos poderiam perturbar.

Contudo, nos descobrimos sozinhos, mesmo andando em populosa cidade.

É de nos indagarmos até quando continuaremos a erguer torres de vigia e estações de guarnição dentro de nós.

Essa nossa postura se reflete em nossos atos. Como profissionais ou como voluntários, guardamos reservas com respeito aos colegas ou colaboradores.

Isso nos dificulta trabalharmos em equipe, confiarmos no outro, unirmos forças para sermos mais fortes e eficazes, no que fazemos.

Sobretudo nos dificulta abraçarmos a norma do Cristo de nos amarmos uns aos outros.

Como faremos isso se nos fechamos em nós mesmos, olhamos o outro como inimigo, um eventual usurpador de algo que acreditamos possuir?

Reflitamos se já não se faz presente a hora de estendermos as mãos, de nos tornarmos solidários, de acolhermos o outro.

Hora de abrir as muralhas para o livre trânsito da amizade, da fraternidade, exercícios iniciais do amor.

 

Redação do Momento Espírita.
Em 27.8.2020.

 

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