Quando os noticiários tratam de acidentes com aeronaves, é comum ouvirmos falar da caixa preta que, apesar da destruição do avião, é preservada, conservando os registros do voo.
Fazendo um paralelo, podemos dizer que nossa consciência é a caixa preta, na qual ficam registrados nossos pensamentos e atos, sem que a morte logre apagar uma vírgula, sequer, de tudo quanto fizemos.
Assim, aqueles que não conseguimos conceber o mecanismo do qual se servem as leis divinas para contabilizar os equívocos e acertos cometidos, podemos imaginar, por analogia, de que forma isso acontece.
Se os homens, criados por Deus, têm meios de construir um compartimento numa aeronave, capaz de registrar as ocorrências para posterior análise, por que Deus, a Inteligência Suprema do Universo, não teria melhores condições de preservar, em nossa consciência, os registros necessários?
Aqueles que pensamos que a morte do corpo físico apagará nossos feitos, estamos equivocados.
Se assim não fosse, como entender o dizer de Jesus: A cada um será dado segundo suas obras?
Mas como é que responderemos perante as leis, se não as conhecemos?
As leis divinas estão inscritas na nossa consciência, dessa forma, não podemos alegar ignorância.
A afirmativa evangélica de que todos os pecados serão perdoados, exceto os que forem cometidos contra o Espírito, fala dessa realidade.
Os pecados contra o Espírito são as infrações cometidas contra a consciência, isto é, os equívocos conscientes.
Podemos afirmar que muitas das atitudes equivocadas, não têm o aval da nossa consciência, pois sabemos que estamos agindo mal.
Essa voz interior, que nos vem à mente quando planejamos uma ação má, é a voz da consciência a nos advertir para que não a concretizemos. O que ocorre, na maioria das vezes, é que não lhe damos ouvidos.
Se mesmo na justiça humana há distinção entre o crime doloso e o culposo, não poderia ser diferente quanto à Justiça Divina, que julga sempre pela intenção, e nunca pelas aparências.
Não é outro o motivo pelo qual Jesus assevera que mais será cobrado de quem mais tiver. Quem mais sabe, mais responsável é pelos seus atos.
Assim, é importante que consultemos periodicamente os registros da nossa caixa preta, para que na hora da averiguação do conteúdo não nos decepcionemos conosco mesmos.
Não tenhamos dúvidas: todos teremos nosso momento de prestação de contas à Divindade através da nossa consciência.
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As leis divinas são de justiça e amor.
Essas leis não querem a morte do equivocado, mas a eliminação do equívoco.
São leis de misericórdia, pois nos permitem oportunidades sempre renovadas para o aprendizado das lições da vida, embora as circunstâncias não sejam as mesmas, principalmente para os teimosos que não querem aproveitá-las devidamente.
Por essa razão, não devemos adiar a hora de fazer o bem na medida das nossas forças, para que nos libertemos, de vez por todas, dos grilhões que nos mantêm presos ao sofrimento e alcemos voos mais altos, na direção da felicidade que nos acena.
Redação do Momento Espírita.
Em 1º.6.2020.
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