Um adágio popular diz que somente se dá valor a alguma coisa quando a perdemos.
Nesses dias, em que por questões de preservação da saúde, estamos confinados aos nossos lares, sentimos falta de tantas coisas que não podemos fazer.
Coisas pequenas a que não prestávamos atenção e nos pareciam tão comuns, tão corriqueiras.
Vejamos. Estamos sendo solicitados para evitar a saída dos nossos lares. Durante anos, saímos todos os dias, a horas certas e incertas. Saímos para o trabalho, para as reuniões sociais, para o templo religioso, para os compromissos de toda sorte.
Tudo nos parecia tão natural que não dávamos importância. É possível que, por vezes, tenhamos reclamado de ter que sair tanto, todos os dias, tantas horas.
Que tenhamos reclamado de ter que comparecer a determinado compromisso profissional, social ou religioso.
Agora, no entanto, passados apenas alguns dias desse confinamento domiciliar a que todos somos convidados e responsavelmente o realizamos, como almejaríamos poder sair.
Sair livremente, andar pelas ruas, encontrar pessoas, cumprimentar amigos, abraçar os companheiros do voluntariado com os quais nos habituamos a servir ao próximo.
Este é o momento que passamos a valorizar cada passo, cada saída, cada encontro. Como nos fazem falta as reuniões no templo religioso em que trocávamos abraços, beijos, sorrisos.
Em que recebíamos as pessoas à porta, com uma fala gentil e uma mensagem impressa.
Como sentimos falta da reunião em conjunto para as orações. Orações que, talvez, vez ou outra, pela nossa ansiedade de retorno ao lar, eram ditas de forma mecânica, com o pensamento distante.
Agora, que valorizamos tudo isso, nos reunimos virtualmente ou de forma individual e oramos com unção. Pensamos em cada palavra e dirigimos nossa súplica a Jesus, o Governador Planetário.
Recordando as horas que antecederam a Sua prisão, no Horto das Oliveiras, O mentalizamos em prece e nos unimos a Ele, quando rogava por todos nós: Afasta este cálice, Senhor.
Sim, naquele momento Ele rogava por toda esta Terra, por todos os que a habitavam e habitariam, por todas as convulsões que nos caberiam suportar.
Era a Sua súplica a Deus por todo o Seu rebanho.
Entendemos agora. Demoramos a entender. Mas, nos unimos pedindo que o Celeste Pai se apiade de todos nós e, que esses dias de dor, de doença e morte, possam ser abreviados.
E, também que aprendamos a lição. A lição de que é preciso parar, de vez em quando, para refletir, para cultivar os valores da alma.
Parar para meditar, para unir-se ao Pai, exatamente como O fazia o Mestre Excelso de todos nós. Retirarmo-nos para a intimidade para orar em profundidade, conectando-nos à Inteligência Suprema do Universo.
Oxalá aprendamos a lição. Por ora, a nossa súplica é para que tenhamos serenidade, paciência para tudo suportar.
Que tenhamos suficiente bom senso para seguir as orientações dos que nos governam.
Que sejamos verdadeiramente homens de bem, pensando em nós, em nossa família e na família universal a que pertencemos.
Deus seja conosco!
Redação do Momento Espírita.
Em 28.4.2020.
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