Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone Deus cria a rota, o homem constrói os caminhos

A rota cênica de Trollstigen, na Noruega, compreende um roteiro de natureza abundante, com vistas impressionantes de montanhas escarpadas, cachoeiras, fiordes profundos e vales verdejantes.

Os nomes das montanhas imponentes dão uma ideia da sua majestade: o rei, a rainha, o bispo.

Graças à engenhosidade humana, pode-se circular por uma estrada de cento e seis quilômetros de extensão, serpenteando as encostas.

São onze curvas acentuadas. A possibilidade, desde a abertura da estrada, em 1936, de conduzir um automóvel por essa área íngreme se deve ao feito de habilidosos engenheiros e construtores.

Admirados, chegamos a nos indagar: Estaria Deus desafiando a Sua criatura a peregrinar por esses lugares tão extraordinários e parecendo inalcançáveis?

Com certeza, Ele, o Senhor de tudo, tem exatamente a ciência do que pode o ser, que Ele criou à Sua imagem e semelhança.

Transitando por essa estrada, não se sabe, verdadeiramente, o que mais elogiar. Se a natureza com suas belezas, que surpreendem a cada nova curva, nessa região inclinada, ou se a estrutura criada pelo homem.

E nos pomos a pensar. Se podemos criar condições de viajar por regiões montanhosas, íngremes; se temos a capacidade de vencer abismos, unindo extremidades com pontes fenomenais, que não poderemos mais fazer?

É então que nos damos conta de que não somos pessoas melhores somente porque ainda não direcionamos a nossa vontade para nossa intimidade.

Ainda não acionamos nossa vontade para descobrir como vencer os abismos da intolerância, que nos levam a ficarmos distanciados dos nossos irmãos em humanidade.

Também não cogitamos como poderemos vencer as diferenças, criando estradas de entendimento, a fim de que tenhamos menos conflitos por questões que nada mais são do que acidentes no caminho.

Vencer o egoísmo, vencer os preconceitos. Eis metas que devemos perseguir. E, tenhamos certeza: isso é possível.

Então, as fronteiras dos países mais nada serão que limites que nos dirão onde acaba um país e começa o outro.

As línguas, as culturas, os costumes serão meros detalhes que, paulatinamente, venceremos.

E somente nos enriqueceremos uns com o conhecimento da riqueza do outro.

As reservas do solo, que tanto disputamos, poderão ser compartilhadas, trocadas, negociadas, de forma sadia, sem conflitos desonestos e agressivos.

Seres imortais. Seres inteligentes da Criação. Somos nós.

Sirvamo-nos desse potencial para a transformação deste mundo num oásis de paz, de progresso, de trabalho, de cooperação.

Tão bom será quando todos nos dermos as mãos, trocando tecnologia, informações, alimentos, conhecimentos, em sadio comércio.

Tão bom será quando aprendermos que aquele que habita além fronteira é somente mais um irmão, filho do mesmo Deus, criado para o mesmo fim: a perfeição.

Tenhamos em mente que se conseguimos superar os óbices do relevo, que nos desafiam, podemos, igualmente, superar os maus pendores e ideias equivocadas que vivem dentro de nós.

Isso é possível. Tenhamos certeza.

Redação do Momento Espírita.
Em 8.4.2020.

 

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