Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone Perfumadas mãos

Quando falamos a respeito do amor materno nos indagamos se será uma virtude ou um simples sentimento instintivo, comum aos homens e aos animais.

E aprendemos com os luminares espirituais que se trata de uma e outra coisa.

A natureza deu à mãe o amor a seus filhos no interesse da conservação deles. No animal, porém, esse amor se limita às necessidades materiais. Acaba quando desnecessário se tornam os cuidados.

No homem, persiste pela vida inteira e se traduz em devotamento e abnegação, que são virtudes.

Sobrevive mesmo à morte e acompanha o filho até no além-túmulo.

Trata-se, portanto, de algo bem diferente do que há no amor do animal.

Lembramos de um casal que aguardava, cheio de planos, o resultado do ultrassom que revelaria o sexo do seu bebê.

Foram surpreendidos com a dolorosa notícia de que o seu bebê era anencéfalo, isto é, nasceria sem o cérebro.

Embora a possibilidade legal de abortamento, a jovem mãe optou por levar a gravidez até o final.

A pequenina nasceu em 29 de julho de 2019, com apenas algumas partes do crânio e do cérebro desenvolvidas.

Por um breve e preciosíssimo tempo, o casal pôde abraçar e beijar a filha e lhe dizer o quanto ela sempre seria amada.

Então, uma hora após o parto, ela morreu.

A morte, todavia, não é o fim. Tanto para os que retornam às moradas do Pai quanto para aqueles que aqui permanecem, há sempre um recomeço.

E recomeçar, mesmo em meio às lágrimas, foi o que fez aquele coração materno.

Ela sabia que seu corpo produziria leite, pois se preparara para amamentar o seu bebê. Ela se dispôs a coletá-lo e armazená-lo em potinhos, oferecendo aos recém-nascidos cujas mães não os podiam amamentar.

Dois meses após o falecimento de sua filha, Alexis conseguira mais de mil potinhos de leite.

Quando descobri a condição de minha filha – falou aquele coração de mãe - eu sabia que não poderia salvá-la, mas ao menos poderia ajudar a salvar a vida de outros bebês.

Postura de um grande coração materno.

  *   *   *

Que grande dia será quando tivermos a consciência de que todos podemos colaborar na sacrossanta missão atribuída à maternidade.

Missão de acolher, de sacrificar interesses pessoais em favor dos que mais precisam.

Todos nos assemelhamos às mães quando damos vida àqueles que vivem à margem dela: os esquecidos, os abandonados, os que perderam a esperança de dias melhores.

Enfim, quando percebemos que toda a Criação Divina é um grande ato de maternidade.

*    *   *

Como são perfumadas as mãos das mães da Terra!

As rosas celestes, perfumes do amor divino, lhes são confiadas pelo Criador e a elas compete a sagrada missão de distribui-las pela Terra.

Deus nos deu a vida do Espírito e, por meio das mães, estabeleceu que recebêssemos a existência material, em um autêntico milagre da Criação.

A todas as mães, encarnadas e desencarnadas, pelo zelo, pelos cuidados, pelo amor desinteressado que nos conduz ao Pai, a nossa infinita gratidão.

 

Redação do Momento Espírita, com base na questão 890 de
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. FEB e em fatos da
Família
Mckinleigh.
Em 31.3.2020.

 

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