Quando falamos a respeito do amor materno nos indagamos se será uma virtude ou um simples sentimento instintivo, comum aos homens e aos animais.
E aprendemos com os luminares espirituais que se trata de uma e outra coisa.
A natureza deu à mãe o amor a seus filhos no interesse da conservação deles. No animal, porém, esse amor se limita às necessidades materiais. Acaba quando desnecessário se tornam os cuidados.
No homem, persiste pela vida inteira e se traduz em devotamento e abnegação, que são virtudes.
Sobrevive mesmo à morte e acompanha o filho até no além-túmulo.
Trata-se, portanto, de algo bem diferente do que há no amor do animal.
Lembramos de um casal que aguardava, cheio de planos, o resultado do ultrassom que revelaria o sexo do seu bebê.
Foram surpreendidos com a dolorosa notícia de que o seu bebê era anencéfalo, isto é, nasceria sem o cérebro.
Embora a possibilidade legal de abortamento, a jovem mãe optou por levar a gravidez até o final.
A pequenina nasceu em 29 de julho de 2019, com apenas algumas partes do crânio e do cérebro desenvolvidas.
Por um breve e preciosíssimo tempo, o casal pôde abraçar e beijar a filha e lhe dizer o quanto ela sempre seria amada.
Então, uma hora após o parto, ela morreu.
A morte, todavia, não é o fim. Tanto para os que retornam às moradas do Pai quanto para aqueles que aqui permanecem, há sempre um recomeço.
E recomeçar, mesmo em meio às lágrimas, foi o que fez aquele coração materno.
Ela sabia que seu corpo produziria leite, pois se preparara para amamentar o seu bebê. Ela se dispôs a coletá-lo e armazená-lo em potinhos, oferecendo aos recém-nascidos cujas mães não os podiam amamentar.
Dois meses após o falecimento de sua filha, Alexis conseguira mais de mil potinhos de leite.
Quando descobri a condição de minha filha – falou aquele coração de mãe - eu sabia que não poderia salvá-la, mas ao menos poderia ajudar a salvar a vida de outros bebês.
Postura de um grande coração materno.
* * *
Que grande dia será quando tivermos a consciência de que todos podemos colaborar na sacrossanta missão atribuída à maternidade.
Missão de acolher, de sacrificar interesses pessoais em favor dos que mais precisam.
Todos nos assemelhamos às mães quando damos vida àqueles que vivem à margem dela: os esquecidos, os abandonados, os que perderam a esperança de dias melhores.
Enfim, quando percebemos que toda a Criação Divina é um grande ato de maternidade.
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Como são perfumadas as mãos das mães da Terra!
As rosas celestes, perfumes do amor divino, lhes são confiadas pelo Criador e a elas compete a sagrada missão de distribui-las pela Terra.
Deus nos deu a vida do Espírito e, por meio das mães, estabeleceu que recebêssemos a existência material, em um autêntico milagre da Criação.
A todas as mães, encarnadas e desencarnadas, pelo zelo, pelos cuidados, pelo amor desinteressado que nos conduz ao Pai, a nossa infinita gratidão.
Redação do Momento Espírita, com base na questão 890 de
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. FEB e em fatos da
Família Mckinleigh.
Em 31.3.2020.
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