Relata o Evangelista Mateus que, subindo a um monte, falou Jesus:
Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.
Bem-aventurados os aflitos, porque eles serão consolados.
Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a Terra.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão saciados.
Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.
Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.
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Jesus resumiu nas bem-aventuranças o processo de ascensão do Espírito.
Falando aos pobres de espírito, Jesus nos convida a nos conhecermos para além da matéria em que ora vivemos.
Dessa forma, nos tornarmos partícipes da construção de nós mesmos, da nossa felicidade, do nosso céu interior.
Reconhecendo-nos imortais, compreendemos o sofrimento. Não se trata de castigo ou punição divina, mas de precioso remédio que, mesmo amargo, traz a cura às mazelas morais que nos são próprias.
Por isso, o conforto: os que choram e sofrem serão consolados.
Assimilando os objetivos da felicidade e do sofrimento, compreendemos que o Universo é regido por leis infinitamente justas.
Isso nos possibilita a mansuetude, herdamos a Terra, sintonizamos com a Criação.
Mansos, nos deparamos com as aparentes injustiças do mundo. Nelas, porém, identificamos a justiça de Deus.
Aquilo que, à primeira vista, nos parece tão injusto é, na realidade, imensurável oportunidade de reajuste diante das imutáveis leis divinas.
Percebemos então, naturalmente, que a justiça divina é absoluta. Também infinitamente misericordiosa.
Constatamos que nossos méritos são diminutos diante da bondade celeste que a todos nos acolhe e ampara.
Em nome dessa misericórdia, em mais um passo seguro assinalado por Jesus em Suas bem-aventuranças, marchamos em direção a Deus.
Assim, identificamo-nos, profundamente, com o Criador. Tornamo-nos puros de coração, capazes de compreender a essência do Senhor da Vida: como Espíritos, veremos a face de Deus.
Da simplicidade e ignorância, chegamos à perfeição. Nessa relação íntima e profunda com Deus, nos tornamos fonte de amor, fonte de paz.
Podemos ser chamados filhos de Deus pois somos semelhantes a Ele. Exatamente como Jesus que asseverou: Eu e o pai somos um.
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O progresso é inevitável. Trata-se de lei divina.
Pouco a pouco, ora nos adiantando, ora estacionando, a verdade é que todos partimos das sombras em direção à luz.
Sombras do egoísmo, da falta de caridade, de paciência, de empatia, de benevolência. Sombras que, por hora, permeiam a existência de todos nós.
Todavia, Jesus deixou nítidas pegadas para nossa caminhada. Segui-las é rota segura para nos iluminarmos e do breu chegarmos às radiantes luzes da angelitude.
Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita, com base no
Evangelho de Mateus, cap. 5, vers. 3 a 11.
Em 23.3.2020.
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