Está chegando o Novo Ano. Alguns o aguardamos com ansiedade porque assinalará uma etapa diferente em nossa vida.
Será o ano do nosso ingresso na Universidade. Será o ano em que a viagem que planejamos se deverá concretizar.
Será o ano em que nos casaremos, em que teremos um filho, em que finalizaremos o livro que estamos escrevendo e o publicaremos.
Será o ano... De muitas realizações, é o que idealizamos.
Normalmente, se reveste de muitas festividades. Fogos de artifício, música ruidosa, diversas programações.
Deveríamos mesmo, todos, nos empenharmos em comemorar intensamente o Novo Ano. É uma etapa nova. O relógio da Terra assinala que trezentos e sessenta e cinco dias foram vencidos e que outros tantos deverão se reprisar.
É momento de alegria, de confraternização, de lembrarmos de amigos, de afetos talvez distantes e de honrá-los com nossa presença, ou com nosso abraço, nossa conversa virtual.
Momentos em que desfrutamos da alegria do sol, da generosidade do mar, neste imenso continente que habitamos, chamado Brasil.
No entanto, seria interessante, entre tantos abraços e comemorações, nos recordarmos daqueles que entram o Novo Ano sem tantas oportunidades.
Lembrarmos dos que se encontram nos hospitais, padecendo dores, num processo de recuperação da saúde. Ou que aguardam, simplesmente, que a morte os venha abraçar, a fim de que cessem as dores já enfrentadas e vencidas.
Lembrarmos dos que não têm um lar para chamar de seu e perambulam pelas ruas, pelas estradas, sem ter um porto seguro para chegar.
Lembrarmos dos que choram a ausência física de tantos amados que partiram, deixando uma imensa lacuna na alma. E, nesse dia, a saudade se torna mais intensa.
Lembrarmos das mães que têm seus filhos nas prisões, filhos que enveredaram por caminhos estranhos, diferentes do que elas haviam idealizado.
Lembrarmos de quem recolhe, nas estradas, hoje, o corpo de um ser amado, colhido pela infelicidade de um acidente.
Lembrarmos de quem se encontra só e se pergunta se um dia encontrará uma alma querida que o ampare, o aconchegue, lhe dê carinho.
Lembrarmos dos que vivem na inconsciência de si mesmos, sem terem noção do dia que chega, do dia que passa.
Lembrarmos das mães que conduzem filhos deficientes, que desejariam intensamente que eles lhes pudessem sorrir, uma vez que fosse, ou tomar da mão e andar com elas, ao menos alguns passos.
Lembrarmos de tantos que padecem fome de pão. Também fome e sede de justiça e amparo.
E então, entre tantos festejos, dedicarmos alguns minutos para rogar aos céus por eles, para que o Novo Ano lhes traga conforto ao coração, ânimo para a continuidade das lutas, esperança de que algo se haverá de modificar.
Que para eles também haverá sorrisos, e bênçãos, e flores, logo mais. Porque Deus, o Pai de todos, não esquece nenhum de Seus filhos.
E, embora as dores que precisemos suportar para nosso próprio burilamento, Ele propicia sorrisos de uma alma amiga, mão generosa de um anônimo que socorre, a fala tranquila de alguém que acalma.
Novo Ano. Ano Novo. Seja a esperança a chama constante que jamais deixemos apagar.
Redação do Momento Espírita.
Em 26.12.2019.
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