A recomendação de Jesus é clara: Ama o teu próximo como a ti mesmo.
A questão nos leva, de imediato, a considerar que é preciso que tenhamos autoamor.
Quando nos queremos bem, nada de mal desejamos para nós. Cuidamos do nosso corpo, nosso instrumento de trabalho, imprescindível enquanto nos encontramos nesta Terra.
Quando nos amamos, nos preocupamos em criar novas amizades, em preservar as antigas. Sobretudo, buscamos desfrutar do seu convívio, porque elas nos fortalecem o ânimo, nos transmitem novas energias.
Quando nos amamos, buscamos exercer a profissão que mais nos seja cara ao coração, que nos confira satisfação, que nos conduza à realização pessoal. Aquela que nos propicie prazer.
Prazer de auxiliar o outro, prazer em ser útil, em produzir algo bom, belo. Alegria em deixar nossa marca no mundo, nos corações e nas mentes.
Com tudo isso, naturalmente se torna mais fácil amarmos ao nosso semelhante, nesse desejo natural de que ele seja tão feliz quanto nós mesmos.
É natural que, por vezes, nos indaguemos até onde se estende a dimensão desse amor.
E foi numa dessas idas à zona rural, visitando um sítio, que pudemos perceber a sabedoria de quem já elucidou essa questão, de uma forma natural e espontânea.
A senhora que nos recebeu o fez com um abraço sincero, envolvendo-nos em uma vibração positiva intensa.
Adentramos a casa, acolhedora. O fogão a lenha, apesar do verão, estava aceso e sobre ele fumegavam as panelas.
Havíamos chegado na hora do almoço. Sobre a mesa de madeira estavam os pratos, talheres, copos, as travessas com várias saladas.
Os pratos quentes nos devíamos servir diretamente nas panelas, ainda sobre o fogão. Algo que nos fez lembrar os dias idos da infância.
Dias em que nos sentávamos à mesa com pais, irmãos, avós, numa conversa alegre, em que nem sabemos como nos entendíamos porque falávamos todos ao mesmo tempo, nessa ânsia de relatar algo antes do outro. E rir, sorrir, chorar, tudo junto.
Ao agradecermos a mesa farta, elogiamos o sabor especial das hortaliças.
Então, a dona da casa nos disse que cultivava orgânicos, dizendo dos cuidados com a semeadura, a cultura, que é feita sem utilização de fertilizantes sintéticos, agrotóxicos, pesticidas e reguladores de crescimento.
Quando comentamos da qualidade, lhe dissemos do preço mais elevado desses produtos.
Prontamente, ela respondeu: Eu vendo pelo mesmo preço dos demais produtos.
Entendo que os orgânicos são melhores para a preservação da saúde. Se desejo isso para mim, para minha família, desejo que todos possam ter o mesmo acesso a eles.
E concluiu: Faço questão de levá-los, diretamente, nos lares, a quem os deseja. Recebo os pedidos e vou eu mesma entregá-los.
Havia luz no seu olhar. Esse brilho do coração.
Entendemos: ela descobrira a exata dimensão do amor ao próximo.
Dar de si, do seu trabalho, sem cobrar a mais, simplesmente pela satisfação de ofertar ao outro o que desfruta ela mesma e sua família.
Singular e belo exemplo.
Redação do Momento Espírita.
Em 25.11.2019.
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